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26/08/2023 às 08h00min - Atualizada em 26/08/2023 às 08h00min

Eu não sei amar

SE MANCA!, por Igor Castanheira

SE MANCA!, por Igor Castanheira

O jornalista Igor Castanheira traz seu olhar sobre temas relacionados a inclusão e acessibilidade.

IGOR CASTANHEIRA
Na madruga, sem sono.
Me pego escrevendo.
Sob o som de Podé & Zack Magiezi.
Pela quarta semana seguida.
Me pego escrevendo.
Na madruga!
Talvez, em busca de inspiração.
Quem sabe, tentando imitar um poeta.
E tendo a falsa pretensão.
Que posso escrever sobre o amor.
Será que já pude desfrutar desse sentimento?
Mas, eles, os poetas o define tão bem.
Como inconstante, intenso, louco ou tranquilo.
Seja na euforia, ao encontrar o “amor da vida”.
Mesmo que seja por cinco minutos.
Ou, na solidão, em meio os amigos.
Eles falam, escrevem, gritam.
Mas raramente guardam para si a sua inspiração.
Mesmo que não sejam ouvidos ou compreendidos.
O poeta quer que todos saibam o que sente.
Que coragem!
Por enquanto, não tenho esse talento.
E nem sei se terei.
Eu, na minha imperfeição.
Tenho incertezas!
E no íntimo.
Escondo o medo.
Na superfície invento.
Dou significados.
Debato comigo.
São discussões acaloradas. 
Cheias de verdades, vontades e desejos.
Mas nem na minha imaginação da certo.
Onde está a criação positiva da mente?
Onde fica a minha facilidade de comunicação?
Tá aí! Não sei!
Eu nunca aprendi a amar.
Sempre fui medroso
Demorei, mas compreendi.
Um dia passa
Nada é eterno! 
É apenas uma história que não vivi.
Ou, apenas mais uma história que não vivi.
Tá tudo certo!
Não posso cobrar de mim algo que não conheço.
E assim, reparando as pessoas.
Acho que criei um conceito, será? 
Pretencioso?
Vocês podem dizer.
Mas, pra mim.
O amor não dói.
Ou, pelo menos, não era pra doer.
Será que uma pessoa que nunca passou a zona da amizade, seria capaz de falar desse sentimento?
Claro que não.
Já adianto.
Porém, escrevo.
Assim, vou me descobrindo.
Muitas vezes, o desejo faz morada em nosso peito.
O amor está bem sufocado.
Enquanto o desejo pulsa.
Ele não é ruim.
Se compreendermos que é passageiro.
Assim como o amor.
O desejo é apenas mais forte
Embriagado, impulsivo e meio inconsequente.
Mas se pegar fogo.
Deixa queimar.
Infelizmente ou felizmente.
De verdade, eu não sei.
Comigo a química nunca rolou.
Fantasio isso, claro.
Mas eu não sei riscar o fósforo.
Por outro lado, o amor que recebo é genuíno.
Sem posse ou contrato
Passaram, sim, alguns duvidosos.
Mas não permaneceram.
E tá tudo bem.
O amor é livre
Ele fica com quem quer ficar.
Porém, confesso, tem horas que quero que alguém risque o fósforo
Porque também é bom
Quando compartilhado.
Enquanto isso.
Sigo amando.
Mesmo sem saber amar.
 
*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.






 
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