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06/06/2023 às 08h00min - Atualizada em 06/06/2023 às 08h00min

O Hospital Infantil

ANTÔNIO PEREIRA
Vamos falar sobre os seus primeiros anos. Foram assim: Em 1956, pela lei 571, o prefeito Afrânio Rodrigues da Cunha doou para as Lojas Maçônicas Luz e Caridade e Seis de Junho, uma área na avenida Floriano Peixoto para que nela fosse construído um Hospital Infantil. A escritura foi lavrada no mesmo mês. Os maçons começaram a trabalhar arranjando dinheiro de qualquer jeito. O povo dizia que os bailes feitos pelas Lojas eram os “bailes dos comunistas”. Nunca fiquei sabendo a razão, mesmo porque a maçonaria tem um pensamento oposto ao comunismo: é o templo da liberdade.

Mas vamos lá. Eram quermesses, rifas, bailes (dos comunistas), sorteios, qualquer coisa para angariar grana. Com o que levantaram, as Lojas construíram um prédio que ficava ao lado da Santa Casa, só que não funcionava como queriam. O que havia lá era uma espécie de ambulatório com um médico, uma enfermeira e um gabinete dentário. A Loja Maçônica Luz e Caridade negociou a posse com a Seis de Junho e tornou-se única dona do imóvel.

O prazo para a construção venceu e foi enviado projeto de lei à Câmara para confirmar a doação. O prefeito era o Renato de Freitas que sancionou a Lei após aprovação da Câmara. A Diocese entrou com recurso pedindo a anulação da doação alegando que o tratado não fora cumprido, que não havia um Hospital Infantil. Mas a Justiça confirmou. O presidente da Loja Luz e Caridade era o Mário Casassanta Pereira que disse aos maçons, em assembleia, que o imóvel, agora, era deles sem dúvida alguma e que poderiam fazer dele o que quisessem, porém, reconhecia que o Hospital havia sido construído, mas nunca funcionara. Propôs, então que se vendesse o imóvel e o apurado fosse doado à Escola de Medicina para que fosse construído um Hospital Infantil. Havia um porém: a Loja se reunia dentro do prédio do hospital e não teria mais onde se reunir. Tive a ideia de propor uma forma de negócio que permitiria à Loja fazer a doação e construir sua Oficina o que foi aceito e realizado. Era 5 de julho de 1971.

A situação da Medicina, antes da doação, era a seguinte: a pediatria tinha 10 leitos dentro do hospital. O total de leitos era 27 na enfermaria e 5 nos apartamentos.

A inauguração do novo prédio foi em 1º. de agosto de 1971 e era presidente da Loja Mário Casassanta Pereira e o diretor da escola era o dr. Arnaldo Godoy de Souza.

Quando completou 10 anos, o venerável da Loja era o Marcondes Azevedo e se comemorou dignamente a data.


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