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23/05/2023 às 08h00min - Atualizada em 23/05/2023 às 08h00min

Círculo de trabalhadores cristãos de Uberlândia

ANTÔNIO PEREIRA
O agrupamento de trabalhadores em associações em busca da proteção do grupo e do indivíduo, é coisa da antiga. Milenar. Desde antes dos romanos. Tanto que a Maçonaria, que é a reunião de “pedreiros livres” (atualmente simbólica, mas originalmente era isso mesmo), nasceu de uma dessas associações.

Aqui no Brasil, a coisa começou nos anos 20 do século passado quando um grupo de pessoas resolveu discutir os problemas sociais do país inspirados na filosofia católica de pensadores como Jacques Maritain. A igreja acabou se envolvendo com o movimento e ajudou a criar grupos interessados nas questões sociais em todo o país. Dentre estes, um formado por operários católicos, estimulou a formação dos Círculos Operários. Destes, veio a Confederação Brasileira dos Trabalhadores Cristãos. Os primeiros Círculos Operários foram gaúchos. Getúlio Vargas estimulou a sua criação e divulgação que ajudariam a afastar o operariado das lides comunistas.

Com a queda do Getúlio, o movimento declinou. Nos anos 50 e 60 houve tentativas de reerguimento, mas a igreja tinha um certo receio das influências esquerdistas de João Goulart. Mais recentemente houve modificações como a centralização nas condições sociais dos trabalhadores reduzindo as exortações à vida cristã.

Aqui em Uberlândia, o movimento começou nos anos 40 do século passado, quando se construiu a Casa do Operário para abrigar o Círculo de Uberlândia. Foi na rua Bernardo Guimarães, n. 344. Segundo publicação da Prefeitura Municipal, “a sede do Círculo dos Trabalhadores Cristãos de Uberlândia compreende um conjunto de edifícios que foram construídos em distintos momentos ao longo do tempo, com diferentes graus de qualidade técnica e construtiva.”

O terreno onde se fez a construção foi adquirido por Caio Lima Santa Cecília, representante do Círculo, de Joaquim Marques Póvoa. Imediatamente se começou a obra, isso, em 1948. É bem possível que tenham iniciado as obras antes das providências legais preliminares, eis que a aprovação dos projetos se deu em 1951. Ainda, segundo a Prefeitura, o imóvel preserva quase integralmente suas características originais, e é um dos exemplares da arquitetura art décor na cidade representando um movimento de renovação da arquitetura local incorporando novas tecnologias e expressões estéticas vinculadas aos ideais de modernidade.”

O imóvel foi tombado como Patrimônio Histórico Municipal pelo decreto 12. 556 de 02 de dezembro de 2.010.


*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
 
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