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24/03/2023 às 08h00min - Atualizada em 24/03/2023 às 08h00min

De repente

WILLIAN H STUTZ
Mas é impressionante, tem gente que parece que nunca fez um backup de sua vida e muito menos atualização. Continuam eternamente na sua versão Beta quando já deveriam estar pelo menos na versão 2023. 2. existem tantas pessoas que ainda estão escrevendo o curso de suas vidas em html e pelo visto nunca chegarão a um Python, Java, JavaScript e C++, isso por grau de complexidade. Ah e para bagunçar o coreto tem a louca brainf*ck, “ou BF, é uma linguagem de programação esotérica notada pelo seu extremo minimalismo, criada por Urban Müller, em 1993. Ela é uma linguagem Turing completa, desenhada para desafiar e confundir os programadores, e não é útil para uso prático.” 
( fonte: https://esolangs.org/).

Nasci esquisito ou torto como conta Drummond e ainda sou estranho, vivo em busca de atualizações permanentes e nada me assusta quando se trata de gente ou bichos. Mas me assusto sempre comigo, com o que carrego.

Não consigo entender pessoas que vivem carregadas de preconceitos e fobias, cuidam mais da vida alheia do que das próprias. E este é um dos motivos pelos quais vivo de HD repleto como se o passado nunca fosse embora realmente, é um sofrimento para mim e para quem tenta conviver comigo. Tudo que me aconteceu segue junto, ao meu lado. Nada de mundos paralelos ficcionais ou pseudoquânticos, seguem juntos mesmo, na mesma linha tempo e espaço, cristalizaram junto ou em mim. 

 Não tem essa de deixar pra lá. Trem mais esquizoide, vivo assombrado por mim mesmo para o bem e para o mal. Se fiz algo errado, se fui inconveniente em fala ou conduta, do nada me pego relembrando estas sensações. O coração dispara, a vergonha do momento volta vivo como se fosse naquele exato segundo. Sinto vergonha de coisa acontecidas vinte, trinta, quarenta anos atrás é mole?

Tentei terapia, não dei tempo para a terapeuta sou acelerado demais. Vou retomar, mas no momento adequado. 

Volta e meia me pego emocionado com alguma coisa que me lembra uma outra coisa que não sei bem o que é. Confuso não é? Um filme, uma música, um amor do passado, um instante vivido e pronto a lá Chico “ me pego chorando sem mais sem porquê...”  Aromas, cheiros no ar que só eu percebo também catalisam essa viagem ao passado. Mas também vou às gargalhadas com situações engraçadas, piadas contadas lá longe. 

Mas “E dá paixão fez-se o pressentimento/ E do momento imóvel fez-se o drama
De repente, não mais que de repente/ Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente/ Fez-se do amigo próximo, o distante
Fez-se dá vida uma aventura errante/ De repente, não mais que de repente”
Vinicius de Moraes em seu Soneto da separação é porta-voz de minhas emoções.
Continuo tentando mudar, estou tentando formatar o meu sistema todo, se não o fizer vou pirar, Como uma máquina de pinball vou acabar dando um Tilt. “Tommy: See me, feel me. Touch me, heal me..” ( The Who Ópera Tommy)
Recebi este recado outro dia, coube como uma luva, a carapuça serviu, curioso Vinicius de Moraes como a me falar.
“Quem de dentro de si não sai vai morrer sem amar ninguém...”

Mudando de assunto, eu queria mesmo era falar hoje do tal etarismo que ganhou pauta depois que as Patricinhas criticaram uma mulher de 40 colega de faculdade. Mas o bagaço já secou do tanto falar, mais uma dos pobres de espírito para se somar a tantos outros “ismos”  que estão incorporados nas gentes. Uma, não duas palavras só para elas e para tantos: Caretice, Babacas.
Bom eu fiz minha primeira tatuagem aos 60 depois vieram várias. Mas a pergunta que me fazem com frequência – ô e quando você ficar muito mais velho como vai ser? Respondo sorrindo: Vou ser um velho tatuado, simples não é?


*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.

 
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