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28/02/2023 às 08h00min - Atualizada em 28/02/2023 às 08h00min

A UVRCBC

ANTÔNIO PEREIRA
Naqueles velhos tempos, Paulo Torido Leite, homem ligado aos transportes, líder da área, via no viajante, antigamente chamado “cometa”, o instrumento do desenvolvimento comercial da cidade. Eles se esparramavam pelo Brasil Central levando a proposta de venda dos mais variados produtos que Uberlândia entregava através das empresas de transportes.
           
Torido era entusiasmado com a classe e sempre que podia prestava homenagens a esses profissionais. Corria o ano de 1957. Torido organizou um churrasco para os cometas na Churrascaria Gaúcha, que ficava na rua Santos Dumont. Primeiro de outubro era o dia do Viajante e nesse dia foi a festa. Além dos profissionais da venda, foram convidadas autoridades, imprensa e o alto comércio.
            
Outro entusiasmado era o Maximiliano Carneiro, locutor da rádio Educadora, mais conhecido como coronel Hipopota. Quem coordenou as falas de muita gente que quis falar foi ele. No meio dos bla-bla-blás, Hipopota chamou o Waldomiro Lemos Vivas, sujeito inteligente, bom cronista, além de viajante, entusiasmado, para dizer alguma coisa.
           
O Vivas não era daqui. Estava trabalhando num Laboratório há um ano apenas. Usou dessa circunstância para mostrar a sua surpresa de não haver, numa cidade tão impulsionada pelas vendas, com grandes atacadistas e dezenas de representações de laboratórios farmacêuticos, uma associação que congregasse os profissionais do talão de pedido.
           
Naquele ambiente festivo e entusiasmado as palavras do Vivas caíram como sementes germinadas. Vários oradores se seguiram apoiando a ideia dele.
 
Eram centenas e centenas de profissionais e não havia uma entidade protetora dos seus interesses.
           
À noite, do mesmo dia, num jantar de confraternização entre os funcionários e dirigentes dos muitos laboratórios representados na cidade, a ideia do Vivas voltou a ser ventilada.
           
No dia 3 de outubro, os mais entusiasmados com a novidade reuniram-se num jantar no Bar da Mineira. Eram o Waldomiro Lemos Vivas, o César Bianchini, o Aurélio Pastore, Andrada Vaquero, Basile Carrano, José Maria Carvalho, Dimas Moraes e muitos outros. O que se decidiu lá foi muito importante porque fundaram a União dos Viajantes e dos Representantes Comerciais do Brasil Central. O presidente, logicamente foi o Vivas. Em 60 dias o Estatuto estava registrado e se fizeram as eleições que confirmaram a diretoria provisória.
            
Afrânio Rodrigues da Cunha e Geraldo Ladeira foram autoridades que prestigiaram e ajudaram a instituição.
 
Depois do Vivas, foi presidente Dilermando F. Basteiro e Ailton Rodrigues de Macedo, este, responsável pela construção da sede, à avenida João Pinheiro, 2001.
           
Em 1971, a Associação Comercial, cujo presidente era Oswaldo Oliveira, e o prefeito municipal Virgílio Galassi inauguraram um monumento em homenagem ao caixeiro viajante com a frente voltada para a rodovia BR-365, rumo ao oeste, a grande fonte negocial da cidade. O presidente da UVRCBC era Célio Ferreira Gonçalves.
           
A entidade se desenvolveu e se prestou bem a tudo a que se propôs, como todas as boas associações profissionais. Muitas festas, muitos churrascos, muita alegria, mas o bom mesmo era o foguetório e o desfile de veículos pelas ruas da cidade, todo dia primeiro de outubro de todos os anos enquanto existiu.
           
Por quê acabou a UVRCBC?

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