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08/11/2022 às 08h00min - Atualizada em 08/11/2022 às 08h00min

José da Fonseca e Silva

ANTÔNIO PEREIRA
O prefeito José da Fonseca e Silva | Foto: Divulgação
José da Fonseca e Silva era neto do “Bem das Aroeiras”, o Joaquim da Fonseca e Silva, homem rico, comerciante, que veio de Carmo do Cajuru para cá, ainda no século XIX. Deixou em Uberabinha família extensa com alguns membros envolvidos com a política.

José da Fonseca e Silva era filho de João da Fonseca e Silva e Rita Umbelina de Oliveira. Nasceu no dia 20 de setembro de 1898, em Uberabinha.

Começou sua vida profissional como mensageiro do telégrafo nacional, passando, um ano depois, a telegrafista. Em 1919, moço ainda, entrou para a Coletoria Estadual como escrivão. Nesse mesmo ano, casou-se com Oneida Borges da Fonseca. 

Com a morte do titular da repartição, Pio Alves Barbosa, José da Fonseca foi nomeado para o cargo onde ficou até aposentar-se em 1947. Foi um coletor muito liberal, amigo dos contribuintes que chegava a emitir talões de recibos, quando se esqueciam de pagar. Era um homem de bom coração. Politicamente, sempre foi um pessedista, secretário por muitos anos do Partido. Curiosamente, após ter se afastado do PSD, Fonseca recebeu convite da UDN para se candidatar a prefeito, nas primeiras eleições democráticas após a queda do ditador Getúlio Vargas. Foi eleito e empossado no dia 31 de janeiro de 1948. Foi o primeiro prefeito eleito pelo povo em Uberlândia.

Disputou a prefeitura com uma das pessoas mais admiradas da cidade. Tubal Vilela da Silva, mas venceu com 12.426 votos, apenas 575 a mais que seu concorrente. A vitória de Fonseca só se definiu quando se contaram os votos dos distritos. José da Fonseca ainda foi candidato outra vez, em 1958, quando Geraldo Ladeira venceu as eleições.

Suas obras mais importantes foram completar o serviço de captação de água do córrego Jataí e canalização; completar a construção da ponte dos Machados sobre o rio Uberabinha iniciada pelo prefeito nomeado Cleanto Vieira Gonçalves; construir na fazenda dos Martins a Escola Municipal José da Fonseca; construir e recuperar diversas escolas rurais; dar grande assistência aos professores da rede municipal; criar, na cidade, diversos cursos noturnos para adultos; ajudar o Estado na assistência a escolas da competência estadual; construir ponte sobre o córrego São Pedro unindo a cidade à Vila Saraiva; construir 11 mil metros de rede de esgotos; canalizar água para as vilas; calçar a paralelepípedos várias avenidas e ruas; terraplenar o córrego Cajubá da rua Olegário Maciel até a avenida Araguaia (Paes Leme). Adquirir trator e patrola. 

Alberto de Oliveira, em artigo publicado no Correio de Uberlândia de 21 de maio de 2010, conta-nos este caso que dá a dimensão da mão aberta do prefeito Fonseca:

 “Um dia, um trabalhador da fazenda vizinha à do Fonseca procurou-o para pedir um favor. Pedia para cortar madeira nas suas terras para construir um ranchinho pra sua família. Fonseca autorizou, mas só permitiu que cortasse a metade do que precisasse. A outra metade cortaria nas terras do seu patrão. E concluiu: se ele se negar, volte aqui que a gente vai ajeitar a outra metade.”

Fontes: Oneida Borges Fonseca/Alberto de Oliveira


*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
 
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