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15/07/2017 às 05h40min - Atualizada em 15/07/2017 às 05h40min

Direitos

ADRIANA KARIMI MANISH | COLUNISTA

Estamos vivendo na época dos direitos. Conquistamos há bem pouco tempo o direito de reclamar. Tem até um disque-denúncia para os filhos reclamarem dos pais.  Temos direitos e aprendemos a ir para rua protestar, pois estamos indignados com o rumo da economia ou com a situação política do país (embora sejamos incapazes de ler e pesquisar quando vamos às urnas votar).

Temos também o direito que me levou a escrever a coluna hoje: o Direito do Consumidor. Há bem pouco tempo conquistamos esse direito, o de poder reclamar quando nos sentimos lesados diante de uma negociação comercial. Nada contra, afinal de contas, eu também sou uma consumidora.  Aos consumidores é permitido reclamar desde que com bom senso e legalidade.

Duas situações tenho a compartilhar com vocês. Nesta semana, houve uma denúncia de que um estabelecimento comercializava queijo gorgonzola com mofo. Ora, meu caro, uma pessoa leiga pode até se assustar, mas para pessoas interessadas na área gourmet e fiscais da área de alimentação deveria ser óbvio: uma das características inerentes do queijo gorgozonla é o aspecto de mofo, que nada mais é do que fungos que crescem em seu interior, dando-lhe a característica que o define.

A Vigilância Sanitária vem fazendo um excelente trabalho de fiscalização, cobrança de higiene e conservação de alimentos. Os fiscais só não podem se esquecer do profissionalismo e de sua verdadeira função, que é proteger a sociedade de possíveis riscos e agravos à saúde.

Tudo deve ser feito com respeito ao trabalhador ou proprietário do estabelecimento, o que não vem ocorrendo ultimamente. Donos de estabelecimentos estão sendo auditados como verdadeiros bandidos. Alguns fiscais até parecem policiais dando baculejo em meliante, quando, na realidade, são trabalhadores que devem também ser orientados. Quando encontram tudo certo, pegam no pé porque uma planilha não tem nome ou tem um número rasurado.

Temos que buscar melhorar sempre e os fiscais devem agir com respeito e bom senso. Um bom dia ou boa tarde, uma orientação de forma educada não tira o valor do trabalho, muito pelo contrário, engradece. E posso contar nos dedos os fiscais que agem com o rigor necessário da profissão, mas que respeitam o outro. Os que conseguem isso são realmente os mais rigorosos, os mais respeitados e os melhores, pois não abusam do poder.

E por fim a forma de reclamar.

Você está em um local que o som ambiente não é legal, você não grita pra todo mundo ouvir, você vai até a pessoa responsável e expõe o problema. Uma dica de etiqueta: seja discreto. De nada adianta você ter muito dinheiro e gritar dentro de um estabelecimento que algo está ruim, que o banheiro não tem papel, que o caixa está demorando, que o pão não está bom. Procure o responsável e, de forma discreta, o incentive a resolver o problema e não o exponha. É antiético e deselegante se feito ao contrário.

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