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20/08/2022 às 08h00min - Atualizada em 20/08/2022 às 08h00min

Cigarros eletrônicos entre o bem e o mal

TÚLIO MENDHES

Bom... todos concordamos que o avanço da tecnologia está a cada dia mais acelerada e nos provocando boas surpresas. Semanalmente, para não afirmar diariamente, tem o lançamento de um novo produto a fim de evoluir nossa autonomia que é inegavelmente compatível com os nossos cinco sentidos, o olfato, paladar, visão, audição e tato, visto que todos têm relação com a percepção do meio interno e externo os quais vivemos.

 

Contudo, infelizmente, por melhores que sejam as intenções dos desenvolvedores ao lançar essas “surpresinhas” desejadas por vários tipos de consumidores, existem pessoas e até mesmo alguns segmentos do mercado que não enxergam e muito menos se preocupam com a evolução da nossa autonomia. Em outras palavras, as expectativas desse mercado são repletas de avarentos insensíveis e irresponsáveis que dão mais valor ao lucro do que com o que é o melhor para nós, por exemplo, nossa saúde. 

 

Um enorme e preocupante exemplo que estamos lidando é o uso da tecnologia para a produção de dispositivos que descaradamente são comercializados com a intenção de desgastar nosso bem-estar, nossa disposição, conforto, nossa vitalidade e bem mais com o que é importante para nossa saúde. Entre algumas dessas “invenções antagônicas”, existe o tal do “Cigarro eletrônico”.

 

Pois bem... esse é um assunto que divide opiniões e tem despertado preocupação por parte de respeitáveis e influentes entidades da saúde pública no Brasil. Mas antes de “descer a vara”, é importante lembrar e sentir orgulho da nossa Pátria amada, idolatrada, salve, salve (...). que há décadas com muito empenho e determinação, tem promovido uma intensa e eficiente campanha antitabagista.

 

Dito isto, agora podemos comentar alguns tópicos sobre os tais Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF), conhecidos como cigarros eletrônicos, vaporizadores, vaper, entre outros, que estão cada vez mais populares, ou seja, segundo pesquisas de várias instituições filantrópicas de saúde, uma em cada cinco pessoas – tem utilizado os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF).

 

Bom... mas o que é o cigarro eletrônico e o que tem de eletrônico? Qual a polêmica em torno de um dispositivo que deveria ser um redutor de danos? Sabemos que o cigarro tradicional usa fogo para queimar o tabaco, assim produz incontáveis substâncias tóxicas, as mais conhecidas são o monóxido de carbono e os alcalóides do alcatrão que são agentes cancerígenos e fatores de risco para o infarto. Já o cigarro eletrônico é um aparelho que funciona através de bateria de lítio recarregável. Diferentemente do cigarro tradicional, ele não queima tabaco, o que produz várias substâncias tóxicas. No geral, ele conta com uma ponteira e tem um “tanque” onde geralmente é inserido composto de propilenoglicol, glicerina vegetal, água, nicotina e opcionalmente, aromatizantes. Lembrando que nenhum cigarro tem dose segura.

 

O cigarro eletrônico surgiu como uma promessa de auxílio para quem deseja parar de fumar. Entretanto, dificilmente ele é visto como uma forma de minimizar o impacto do tabagismo, inclusive é tratado com muita cautela em muitos países, como aqui no Brasil, que não é regulamentado conforme resolução da Anvisa, por não ser comprovado como uma alternativa ao tratamento do tabagismo. A medida leva em consideração a falta de comprovação científica sobre a eficácia e segurança do produto.

 

Resumindo, no cigarro comum, o usuário queima e inala todos os produtos da combustão o que causa irritação no sistema respiratório, queima os cílios dos brônquios e provoca as doenças que já conhecemos. Por outro lado, no cigarro eletrônico faz-se uma nebulização da nicotina. Em tese, quem fuma, pode se beneficiar por ser menos nocivo. Só que isso não significa que não faça mal. Portanto é de extrema importância enfatizar e compartilhar que o cigarro de modo geral não existe uma concentração mágica que minimize qualquer risco à saúde. O fato é que o “simples” ato de fumar já envolve risco.

 

Aqui no país é proibida a propaganda, a venda e a importação de quaisquer Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF), principalmente os que vendem a ideia de tratamento do tabagismo ao fazer a substituição do cigarro “convencional” por qualquer tipo de acessório e refis destinados ao uso em qualquer dispositivo eletrônico para fumar (DEF).

 

Até a próxima.

 

*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.

 
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