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03/05/2022 às 08h00min - Atualizada em 03/05/2022 às 08h00min

César Bombonato - I

ANTÔNIO PEREIRA
O nosso patrono Bombonato
Você conheceu César Bombonato, patrono do nosso aeroporto? Vamos conhecer. Os velhos aviadores de Uberlândia conheceram Antônio Marincek que se estabeleceu com uma borracharia no centro da cidade, mas era aviador também e montou uma escola de pilotagem que encheu o Triângulo de hábeis condutores de avião. Entre eles, o Hélio Marincek, seu filho, de 14 anos, considerado o mais jovem piloto do mundo. Assis Chateaubriand ficou encantando com o molequinho, deu-lhe quinhentos mil réis para que fosse ao Rio de Janeiro para ser apreciado pelo presidente Getúlio Vargas. E isso aconteceu. Mas quantos são os velhos pilotos remanescentes da velha escola do Marincek? Que eu conheço, só o Durval Teixeira. Pode haver outros.
               
No começo da avenida Fernando Vilela tinha a Vila do Tubal. Eram casinhas construídas pela indústria de tecidos Triângulo que não foi pra frente, ali no pátio da Mogiana. Moravam nela os operários da fábrica, por isso chamou-se Vila Operária, nome que se projetou sobre o novo bairro que se formava por ali e que hoje teve o nome mudado para Aparecida. Depois que a fábrica quebrou, o Tubal Vilela arrematou os barracões e a Vila passou a ser conhecida como Vila do Tubal. 
 
Na Vila do Tubal moravam alguns italianos, entre eles a família Bombonato. Do outro lado da rua, moravam os Mugnatto, tudo gente boa. Por ali foi a bicicletaria do Ferdinando. Lembram? Pois bem, o Mário Bombonatto começou a trocar olhares com a Neuza Mugnatto, namoraram e casaram. O Mário era desenhista, trabalhava com o dr. Luiz Rocha, professor do Colégio Estadual e engenheiro da Prefeitura. Desenhou muitas obras realizadas pelo Dr. Luiz. Depois, resolveu estudar Direito e fez-se advogado. O casal Mário e Neuza tiveram alguns filhos dos quais interessa-nos, no momento, o César. Era o nome do seu avô Mugnato. César gostava muito de avião e acabou ingressando na Aeronáutica. Recebeu seu espadim em 1975. Foi buscar um padrinho famoso: o mais jovem piloto do mundo: o Hélio Marincek, agora com mais de cinquenta anos de idade.
               
Além de bom piloto, César mostrou-se excelente desenhista, cartunista e melhor fotógrafo. Desde seus primeiros momentos na Academia destacou-se pela perfeição de suas caricaturas. Com o tempo, revelou-se um desenhista de altos méritos. Fez um painel que decorou uma parede inteira do refeitório dos alunos onde se fez um baile pelo dia do Aviador. Grande fotógrafo que explorou os ângulos inéditos que a cabine do avião lhe oferecia. Tinha uma cultura aeronáutica excepcional e estava sempre estudando o desenvolvimento e a história de aparelhos famosos. Seus desenhos e fotografias estavam intimamente ligados à sua profissão. Na carreira militar teve um sucesso esplendoroso. Formou-se Aspirante a Oficial em 1978 e foi incorporado ao Segundo Esquadrão do Quinto Grupo de Aviação, sediado na Base Aérea de Natal, RN, onde foi selecionado para o Curso de Seleção de Piloto de Caça. Como Tenente, foi qualificado Líder de Esquadrilha de Caça e serviu como instrutor de outro Grupo. Serviu também em Fortaleza, CE, onde casou-se com Solange que lhe deu dois filhos: Vítor e Artur. Como Capitão, foi transferido para um esquadrão sediado em Canoas, RS, onde recebeu a qualificação de Líder de Esquadrão de Caça e foi promovido por merecimento a Major. Lá ficou até 1989. Transferido para o 16o Grupo de Aviação, de Santa Cruz, RJ, aí pilotou o mais novo e sofisticado Caça da FAB, o AMX, construído pela EMBRAER em consórcio com fábricas italianas. Fez o curso desta aeronave na Itália. Serviu nesse Esquadrão de Santa Cruz, até 1993. (continua)

*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
 
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