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23/04/2022 às 08h00min - Atualizada em 23/04/2022 às 08h00min

​Como ser sincero sem ser agressivo

KELLY BASTOS (DUDI)
Bom dia!
 
Muitas pessoas não sabem como lidar com seus sentimentos, confundem sinceridade com agressividade e acabam dizendo o que pensam, sem perceber a forma como o fazem. Essas pessoas consideram que tomar cuidado com o jeito de falar seria hipocrisia ou falta de transparência.
 
No entanto, aí mora uma grande confusão que delata o analfabetismo emocional de nosso tempo. Porque, quem age dessa maneira, costuma carecer de empatia e se justifica com o argumento da sinceridade: “vou direto ao ponto, não dou voltas”. Se o outro se ofender, problema dele.
 
Quem pensa assim, não consegue enxergar sua falta de respeito para com os demais – nem sua falta de sensibilidade, pois é incapaz de controlar os impulsos ou de medir o impacto de suas palavras. Acham que os outros têm que suportar sua “sinceridade”, que, na realidade, é uma forma de agressividade autojustificada. Porém, nem sempre esse tipo de pessoa é consciente do que está fazendo – e vive dessa forma com naturalidade.
 
Mas, quando alguém tem que dizer a verdade, não deve pensar só nas palavras a utilizar, mas também na forma e no tom, pois tudo comunica e a mesma verdade pode ser vista de muitas formas. O respeito para com os outros exige limites. Como ser sincero sem faltar com respeito e sem ser agressivo? Isso é algo que pode ser aprendido e se chama assertividade.
 
O que é assertividade?
Assertividade é uma habilidade social, uma forma de nos comunicarmos mais satisfatoriamente com os outros. É a habilidade pessoal de comportamento que nos permite expressar e defender nossas opiniões, pensamentos e sentimentos de forma adequada e no momento oportuno, respeitosamente e sem negar os direitos das outras pessoas.
 
Assertividade é saber expressar os sentimentos e desejos de forma clara, eficaz, sem vergonha e com consideração ao outro. Normalmente, caímos em dois extremos por falta de assertividade: na passividade, que se deixa avassalar pelos outros, ou na agressividade, que fere os outros.
 
As pessoas assertivas não se deixam manipular emocionalmente, têm autoestima elevada e são capazes de expressar o que querem e o que não querem com liberdade, calma e segurança. Inclusive quando os outros têm condutas impróprias, as pessoas assertivas são capazes de responder sem violência, com palavras justas e sem perder a calma.
 
Pessoas assertivas conhecem seus direitos e os defendem, respeitando os direitos dos demais. Conseguem falar olhando nos olhos de seus interlocutores, sem a necessidade de se mostrar desafiadoras. Sabem demonstrar honestidade tanto para expressar sentimentos e ideias, quanto para reconhecer os próprios erros. Entretanto, não devemos confundir assertividade com egoísmo e insensibilidade.
 
Assertividade desenvolvida
A assertividade não é um traço da personalidade com que nascemos. Podemos aprender a ser assertivos ao longo da vida. Por se tratar de uma conduta aprendida, podemos modificá-la e melhorá-la, pois sempre é tempo de melhorar.
 
Um bom começo é reconhecer, entre outras coisas, que todos temos o direito de sermos tratados com respeito e dignidade e a expressar os nossos sentimentos e nossas ideias. Temos o direito de dizer “não” sem culpa. Temos o direito de mudar de opinião, de nos sentirmos inseguros, de errar, de não saber tudo, de descansar, de aproveitar a vida. Respeitarmos nós mesmos e os outros exige tomar consciência de que nem sempre é preciso prestar conta de tudo a todo mundo. Isso é liberdade interior e maturidade emocional.
 
É muito importante reconhecer que os assertivos têm menos ansiedade e estresse, assim como se sentem melhor consigo mesmos e geram um melhor clima organizacional ou familiar.
 
Como ser mais assertivo
É muito importante nos conhecermos e identificarmos a forma como nos comunicamos. Como agimos diante de um conflito? Como nos expressamos? Levamos os outros em consideração?
 
É preciso clareza na comunicação. Para isso, é preciso saber o que se quer comunicar para poder dizer claramente. Antes de falar, é preciso saber o que se quer dizer. Juntamente com a clareza, é importante ser concreto e conciso para não confundir os outros.
 
Por outro lado, é fundamental entender o outro lado. Precisamos ser capazes de interpretar o outro adequadamente e não ficar apenas na superfície. Por que tal pessoa age de tal forma? Quais são suas verdadeiras motivações? Como ela pensa? Ser educado com o outro é também levar em conta a sua sensibilidade.
 
Outra dica: aprenda a ouvir com atenção o que o outro diz. Busque com ele opções para sair de um conflito. Não se esqueça de que nós nos relacionamos com pessoas, não com problemas. O outro é alguém, não algo.
 
Finalmente, é muito importante aprender a lidar com as próprias emoções durante um conflito contínuo, sem deixar de responder com correção e respeito.
 
Bom fim e boa semana!
 
Fonte: Miguel Pastorino


*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
 
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