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14/08/2021 às 08h00min - Atualizada em 14/08/2021 às 08h00min

Semana Nacional de Conscientização e Combate à Leishmaniose


Você sabia que estamos na semana sobre a conscientização do combate à Leishmaniose? Pois bem... no último dia 10 (terça-feira) deu-se início a esse importante tema que, a propósito é bem “raro” de se conversar sobre. A Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose foi instituída pela Lei nº 12.604/2012, sendo celebrada, anualmente, na semana que incluiu o dia 10 de agosto.

A primeira coisa que precisamos saber é do que se trata essa doença? Como é transmitida? Existe mais que uma variante? Quais os sintomas da leishmaniose? Como é realizado o diagnóstico e tratamento? E a principal dúvida que precisamos compreender é como se prevenir? – Nossa ficou parecendo uma chamada do Globo Repórter... mas tudo bem. Continuemos.

Considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) uma das doenças mais negligenciadas do mundo, a leishmaniose é uma doença infecciosa causada por um protozoário do gênero leishmania, considerado um parasita. Mas o que é um protozoário? 

Resumidamente? São microorganismos de uma célula só, com um núcleo e, geralmente, sem capacidade de produzir seu próprio alimento, portanto, se alimentam de outros seres vivos. Eles são encontrados em ambientes aquáticos ou em lugares úmidos. Algumas espécies acabam se associando a outros organismos para viver, como os parasitas. (Nossa, minhas professoras de biologia ficaram orgulhosas depois de resuminho, minha gente!).

Posto isto... A leishmaniose é um conjunto de doenças causadas por mais de 20 espécies de leishmania. Os parasitas vivem e se multiplicam no interior das células que fazem parte do sistema de defesa da pessoa. Há a leishmaniose humana e a leishmaniose canina. Essa doença é transmitida para os humanos através da picada dos chamados “mosquitos-palha” infectados, causando lesões nas mucosas, por exemplo, na boca e no interior do nariz. Existem dois tipos de leishmaniose: Tegumentar e Visceral.

A leishmaniose tegumentar é a forma mais comum e afeta a pele, provocando o surgimento de um pequeno caroço ou feridas no local da picada. Existe um grande risco, pois em muitos casos, a leishmaniose tegumentar é assintomática, ou seja, pode ser infecção silenciosa, entretanto não significa que pode causar qualquer tipo de sintoma, assim a leishmaniose acaba sem a pessoa nem ter noção que contraiu.

Por outro lado, a leishmaniose visceral é mais agressiva, afetando os órgãos internos e provocando sintomas mais generalizados, como febre, ínguas dolorosas, perda de peso, manchas na pele, fraqueza, dores abdominais, palidez, anemia e aumento do baço e do fígado... Assustadoramente de forma geral, a leishmaniose visceral pode atingir crianças até os dez anos de idade e é considerada a forma mais aguda da doença. Se os sintomas não forem tratados, há o risco iminente de óbito da pessoa.

Quando existe suspeita de estar infectado é muito importante procurar imediatamente um hospital para fazer exames e confirmar se a doença está presente no organismo. Os testes mais efetivos para diagnóstico de leishmaniose são invasivos, pois demandam amostras de tecido através de biópsia local, exames de sorologia, dentre outros que diagnosticam a doença com alta precisão. 

A leishmaniose tegumentar pode ser diagnosticada mesmo sem exames, pois o surgimento das feridas após a picada é suficiente para confirmar a doença. Por outro lado, no caso da leishmaniose visceral, os sintomas podem ser semelhantes aos de outras doenças infecciosas e, por isso, pode ser necessária a realização de exames de sangue específicos e, em alguns casos, biópsia do baço ou da medula para ter a certeza do diagnóstico e iniciar o tratamento adequado.

Uma vez que a leishmaniose for diagnosticada, o tratamento pode variar de acordo com a forma apresentada. Nos casos da leishmaniose tegumentar, o tratamento específico pode não ser necessário, já que as alterações da pele tendem a desaparecer sozinhas. No entanto, o uso de um antiparasitário indicado pelo médico pode acelerar a recuperação, além de ser preciso realizar um acompanhamento e uma boa higiene para evitar o surgimento de úlceras e infecções, mas muitas vezes as feridas se curam de forma espontânea. Se tratando da leishmaniose visceral, o tratamento pode ser feito com diferentes medicamentos. Os remédios podem ser combinados ou não, e o objetivo é conter o parasita para que a pessoa possa voltar a ter sua qualidade de vida.

Algumas medidas de prevenção podem ser tomadas para evitar a proliferação de focos da leishmaniose, por exemplo, usar mosquiteiro com malha fina, telamento de portas e janelas; usar repelentes; fazer a limpeza urbana, eliminando resíduos sólidos orgânicos de terrenos e praças públicas, e fazer o destino adequado dos mesmos; limpar quintais e eliminar fontes de umidade; evitar a permanência de animais como galinhas, porcos e equinos dentro de casa; fazer teste sorológico canino antes de proceder a doação e adoção de cães etc.


 
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