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04/05/2024 às 08h00min - Atualizada em 04/05/2024 às 08h00min

O consumo de álcool e seus impactos na saúde cardíaca e geral

JOÃO LUCAS O'CONNELL

É inegável que o consumo de álcool é um dos hábitos mais comuns em todo o mundo, entrelaçando-se com culturas, tradições sociais e momentos de lazer. No entanto, a relação entre a ingestão de álcool e a saúde cardiovascular carrega nuances complexas, variando entre potenciais benefícios a riscos significativos.

 

Álcool e risco cardiovascular: uma espada de dois gumes

Historicamente, diversos estudos apontaram que o consumo moderado de álcool poderia oferecer algum tipo de proteção cardiovascular. Mais precisamente, esses estudos sugerem que pequenas a moderadas quantidades de álcool podem estar associadas a uma menor incidência de eventos cardíacos, como o infarto do miocárdio e o acidente vascular cerebral (AVC).

 

Por exemplo, uma pesquisa robusta utilizando dados do Serviço Nacional de Seguro de Saúde da Coreia examinou este fenômeno em mais de 20.000 adultos. Através de avaliações clínicas rigorosas e questionários de autorrelato ao longo de vários anos, a pesquisa procurou oferecer uma compreensão aprofundada da dinâmica entre álcool e saúde cardiovascular. Os resultados insinuam que, enquanto um consumo leve pode ter associações protetoras, o consumo pesado ou inconsistente está claramente vinculado a um aumento no risco de problemas cardiovasculares graves.

 

Os perigos do consumo excessivo

Apesar das evidências que sugerem um possível benefício do consumo leve a moderado, o álcool em grandes quantidades é notoriamente prejudicial. Consumir mais de quatro drinques por dia é categorizado como "beber pesado" e está associado com um aumento significativo nos riscos de doenças cardíacas, como hipertensão, falhas cardíacas, arritmias e os já mencionados infarto do miocárdio e AVC.

 

Além dos problemas cardiovasculares, o consumo excessivo de álcool pode acarretar uma variedade de outras condições de saúde, incluindo:

 

- Problemas hepáticos: Cirrose e hepatite alcoólica são apenas duas das muitas doenças hepáticas relacionadas ao álcool.

 

- Problemas de saúde mental: Depressão, ansiedade e outros distúrbios podem ser exacerbados pelo álcool.

 

- Câncer: O consumo excessivo de álcool tem sido linkado ao aumento do risco de vários tipos de câncer, incluindo câncer de boca, esôfago, fígado e mama.

 

Moderação e educação sobre o consumo

Diante das evidências, torna-se claro que a educação sobre consumo moderado é crucial. Campanhas de saúde pública e orientações médicas específicas podem auxiliar consumidores a entender não apenas os limites seguros de consumo, mas também os sinais de quando o álcool está se tornando um risco à saúde.

 

Além disso, é essencial considerar fatores individuais, como histórico familiar de alcoolismo, condições pré-existentes e interações medicamentosas antes de qualquer recomendação sobre o consumo de álcool.

 

Enquanto o álcool pode parecer ter alguma ação protetora em quantidades pequenas e limitadas, o equilíbrio é a chave. O consumo de álcool não é aconselhável para todos e, onde é aceitável, deve ser rigorosamente moderado. Fomentar uma sociedade bem informada sobre os riscos do álcool é tão importante quanto pesquisar seus potenciais benefícios, garantindo assim escolhas de vida mais saudáveis e informadas.

 
*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
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