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23/07/2021 às 08h00min - Atualizada em 23/07/2021 às 08h00min

Gambás

WILLIAM STUTZ
Recente matéria de telejornal local nos mostrava ação do nosso Corpo de Bombeiros capturando um gambá em plena praça pública. Seria apenas um fato pitoresco, cômico e isolado que chamou a atenção, mas não. Há aproximadamente um mês, também recebemos a visita de uma fêmeazinha de gambá com sua prole agarrada às suas costas (às costas dela), para tormento de nossa cadela que não se conformava com a invasão de seu território. Nossa vizinha de rua também teve que contar com a ajuda dos bombeiros para a colocação de uma armadilha para capturar outro que teimava em morar no forro de sua casa. Outro vizinho nos ligou preocupado, pois um estava a nadar em sua piscina e não sabia como agir, bombeiros novamente salvando a pátria.

Outros 3 ou 4 casos de aparecimento deste simpático animal foram a mim comunicados nas últimas semanas. Bicho de hábitos noturnos, de vida relativamente longa (2 a 4 anos), podendo ter em cada parição de 10 a 15 filhotes, comem de tudo, mas principalmente frutos, ovos e filhotes de pássaros. Os galinheiros (raros, mas ainda existentes) são seus alvos preferidos tanto na roça quanto na cidade. A invasão da área urbana de nossa cidade por estes animais deve ser cuidadosamente avaliada. É com certeza mais um aviso da natureza. A destruição de nosso ecossistema no entorno de Uberlândia tem levado ao aparecimento de muitos bichos antes só vistos na roça.

A grande quantidade de pássaros como sabiás, canários da terra, coleirinhas, sanhaços, pombas-do-bando, papagaios, periquitos – Bem-te-vis não contam, pois estes são tão urbanos quanto os pardais – é cada vez mais notada. Além dos bichos de pena, outros também estão chegando. A quantidade de pequenos micos que estão aparecendo em locais onde jamais tinham sido vistos é mais um sinal de que alguma coisa urgente deve ser feita, pois estamos colocando em risco espécies maravilhosas de animais de nosso cerrado – a adaptação deles no meio urbano é lenta e quase sempre desastrosa, como também é traumático para a própria população humana, uma vez que umas tantas doenças (zoonoses) antes confinadas em áreas silvestres e rurais muito em breve estarão batendo às nossas portas (a hantavirose é apenas uma delas).

Das duas uma: ou agimos rápido para conter este êxodo animal ou teremos que aumentar o contingente dos valorosos bombeiros e de nossa Polícia Ambiental, pois vai sobrar muito trabalho para eles. Finalizando: o nome gambá vem de guaambá, que significa saco vazio em tupi-guarani, numa referência à sua bolsa, pois estes animais são marsupiais como os cangurus. Saco vazio não é exatamente a expressão que melhor define a sensação das pessoas comprometidas com as causas ambientais quando pensam nas agressões frequentes ao nosso planeta.
 
Vox populi
Estádio Governador Magalhães Pinto? Não, Mineirão.
Estádio Jornalista Mário Filho? Não, Maracanã;
Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho? Pacaembu!
Estádio Cícero Pompeu de Toledo! Morumbi.
Estádio Francisco Stédile! Que nada, é o Centenário e pronto.
Estádio Joaquim Américo: Arena da Baixada, simples assim.
Estádio Ismael Benigno, conhecido mesmo como Colina, sabe onde fica? Estádio Palestra Itália? Sem essa. É Parque Antártica mesmo.
Não interessa ao mundo, não interessa ao povo de Uberlândia, qualquer que seja o nome dado ao nosso Sabiá, Sabiá sempre será! Deixa o Sabiá cantar, é sonoro, é canoro, é bonito, é nosso! Com palmeiras (a árvore) ou sem elas onde possa cantar é, e sempre será Sabiá! (outubro 2005)
 
 
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