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10/07/2021 às 09h00min - Atualizada em 10/07/2021 às 09h00min

A beleza NÃO é relativa! A beleza importa SIM!

DÉBORA OTTONI
Foto: Arquivo Pessoal
 Nesta semana, me deparei com duas notícias polêmicas, cujo tema central é a “padronização de corpos”. Assunto que estudo, entendo e contesto com significativos contrapontos.

O Pinterest, que é uma rede social de compartilhamento de fotos, anunciou que irá banir todos os anúncios que apresentem textos e imagens com conteúdo sobre perda de peso. A rede social comunicou que a medida tem como objetivo evitar a ideia de um padrão de corpo perfeito, e convidou outras redes a seguirem o mesmo caminho.

Com esse mesmo objetivo, a Noruega anunciou a aprovação de uma lei que exige que influenciadores informem quando postarem uma foto manipulada e retocada de seus corpos e rostos. A medida visa diminuir a pressão sobre padrões de beleza para que isso não afete a autoestima dos jovens. E quem violar a lei pode ser punido com multa e, dependendo do caso, pode dar prisão!

É uma loucura pensar que uma plataforma, relevante como a do Pinterest, precisa se adaptar às desordens emocionais advindas da imaturidade de nossos tempos. Essas justificativas, da rede social e do governo da Noruega, só reforçam o quanto nossa geração é realmente frágil. Precisamos entender que não tem que partir do outro esse tipo de controle de aceitação. Chegamos no ponto em que os jovens agora precisam que o Estado lhes sirva de babá para que a sua autoestima não seja prejudicada! Esses mecanismos reforçam o comodismo, a imaturidade e fraqueza dessa geração.LAMENTÁVEL!

Falo sobre isso com propriedade porque, depois da 2ª gestação, em 2010, comecei a ter recorrentes episódios de pânico e depressão, o que me levou a um significativo ganho de peso, atingindo os três dígitos da balança, fato inédito em minha vida. Em 2013, a obesidade agravou o quadro destes transtornos. Eu vivia à base de remédios e disfarces! Não gostava do meu corpo e, ao invés de procurar ajuda e me esforçar, passei a adotar discursos de amor próprio e autoaceitação, que me prendiam ao comodismo, fraqueza e descontrole emocional.

Aristóteles afirma: “Nada passa pelo intelecto sem antes passar pelos sentidos”.

Explico: quando avistamos uma pessoa bela, automaticamente, o nosso campo afetivo recebe essa informação de maneira satisfatória e envia uma mensagem para o intelecto, “dizendo” que RECONHECE um conjunto harmônico e CONFIRMA aquela beleza existente na realidade.

É importante termos consciência de que, nós, seres humanos, desejamos e necessitamos da ordem, harmonia, organização e beleza.

Portanto, ao notarmos alguém de aparência descuidada e desarmônica, haverá uma tendência NATURAL ao estranhamento, pois essa informação não chega de forma agradável ao campo afetivo. ISSO NÃO É PRECONCEITO!
Quando eu relativizava a beleza, romantizando minha obesidade, eu fazia malabarismos mentais para enganar meu intelecto acerca da REALIDADE. Era como se eu falasse para ele que os meus sentidos e impressões estavam mentindo sobre o que viam.

Usar discursos politicamente corretos, que deturpam o que vemos e sentimos, prejudica a capacidade intelectual de leitura e julgamento da realidade. Em outras palavras: ficamos burros e adoecemos! Eu adoeci porque toda vez que me olhava no espelho e, VENDO que não estava bem, usava justificativas para me confortar. Desordenava, assim, meu intelecto e emoções. O que gera ansiedade, compulsão alimentar, depressão, frustração, etc. Isto ocorre porque sabemos da verdade e a negamos. Porém, a REALIDADE NÃO MENTE!

 Não abrace discursos como “ame seu corpo como ele é”, se você sabe que há algo que pode mudar. Como podemos pedir que nos aceitem como estamos se, ao descuidarmos do nosso corpo e aparência, passamos a mensagem de que nós mesmos não nos amamos?

Com orgulho, em 2014, eu comecei o meu processo!

PROCURE AJUDA e não meça esforços para SER o melhor que você puder!

“Que desgraça é para o homem envelhecer sem nunca ver a beleza e a força do que o seu corpo é capaz.” (Sócrates)



*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia. 
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