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08/03/2021 às 10h39min - Atualizada em 08/03/2021 às 10h39min

A mulher no mercado de trabalho

Por Lídia Abdalla, presidente Executiva do Grupo Sabin
No mês de março voltamos nossa atenção para todos os papéis e aspectos das mulheres na sociedade. A força feminina que se faz cada vez mais presente nos lares, no mercado de trabalho e em nosso país. Não bastassem todos os desafios enfrentados diariamente, no ano passado, o mundo precisou encarar a pandemia da Covid-19. Muitas mulheres precisaram adaptar suas rotinas em casa à realidade do home office. Além de equilibrar os cuidados com a família e a carreira, precisaram se adaptar ao ambiente virtual.

Aquelas que exercem atividades essenciais, não puderam se afastar da forma presencial de seus empregos e, para protegerem seus entes queridos, se distanciaram apenas fisicamente da família. É o caso de médicas, enfermeiras, técnicas de enfermagem, bioquímicas, entre outras profissionais da saúde. De acordo com o relatório “Mulheres no centro da luta contra a crise Covid-19”, divulgado pela ONU Mulheres, 70% dos trabalhadores da saúde em todo o mundo são do sexo feminino. Sinto orgulho em fazer parte desse time de especialistas que têm enfrentado a pandemia, tentando trazer conforto para os pacientes e suas famílias.

Os reflexos da pandemia no mercado de trabalho têm sido muito intenso, impactando inúmeras profissionais e famílias. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima que, em 2020, o percentual de trabalhadoras foi o menor em 30 anos. Isto porque muitas mulheres precisaram retroceder em suas carreiras. Abriram mão de seus postos de trabalho para se dedicarem exclusivamente à família, já que com as escolas fechadas muitas não tinham rede de suporte para os cuidados com os filhos.

Para incentivar que este grupo retorne ao mercado de trabalho, é necessário uma atuação mais sistêmica em relação à diversidade nas empresas, principalmente no que tange às políticas e programas que consigam atingir de forma mais pragmática essa realidade social. A presença feminina em qualquer ambiente profissional traz dinamismo e criatividade. Ao criarmos mais oportunidades para espaços mais inclusivos, conseguimos oxigenar ideias e melhorar os resultados dentro das empresas.

No Grupo Sabin, sempre tivemos uma cultura organizacional inclusiva da qual nos orgulhamos muito. A empresa do setor de medicina diagnóstica foi fundada por duas empresárias, Sandra Soares Costa e Janete Vaz há 36 anos. Por ser uma companhia com forte presença feminina desde o princípio, a diversidade se torna uma pauta muito importante para nós. Hoje, temos um quadro nacional de colaboradores com 77% de mulheres e 74% dos cargos de liderança também ocupados pelo sexo feminino. Acreditamos que a diversidade nos fortalece como pessoas, como grupo e como negócio.

Como grupo empresarial, buscamos fomentar a importância das mulheres nos diferentes espaços e papéis da sociedade. Já conseguimos identificar a evolução de alguns indicadores e dados como o aumento do número de profissionais do sexo feminino que ocupam cargos de diretoria no Brasil. Hoje, são 34%.

No contexto corporativo, a abertura das empresas para a diversidade não pode estar apenas focada na contratação de pessoas que representem esses grupos, mas estruturada em políticas e práticas para as necessidades, desafios e aspirações. Então, além dos aspectos profissionais, os aspectos sociais, emocionais, familiares e financeiros devem ser levados em conta. É fundamental um olhar e uma gestão mais holística, que busque reduzir os vieses inconscientes e permitir que as mulheres possam enfrentar seus desafios pessoais e profissionais, contribuindo para um ecossistema empresarial mais humano, diverso e inovador. Com certeza, ainda há muito a ser conquistado!



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