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29/09/2020 às 08h00min - Atualizada em 29/09/2020 às 08h00min

Bens tombados - Biblioteca Pública

ANTÔNIO PEREIRA
No começo, foi uma igreja. Construída a partir de 1846 por autorização do padre Visitador Ordinário da Prelazia de Uberaba. Os administradores da construção foram Felisberto Alves Carrejo e Francisco Alves Pereira (filho do primeiro entrante, João Pereira da Rocha). Era uma capelinha curada (porque tinha padre cura – que permanece no local) de 60 m², rodeada pelo cemitério.

O padre João da Cruz Dantas Barbosa, que assumiu a paróquia em 1865, encontrou um esboço de reforma e realizou-a erguendo um templo que durou até a sua demolição. A ampliação também recebeu a administração de Felisberto Carrejo. Depois do seu falecimento, Francisco Alves acabou a obra. Seus corpos foram enterrados no interior da igreja.

Em 1943, devidamente autorizados pelo bispado, o prefeito nomeado Vasconcelos Costa e o pároco, monsenhor Eduardo, demoliram o templo e a prefeitura, em seu lugar, construiu uma Estação Rodoviária, estabelecimento de que a cidade carecia. Este terminal rodoviário, foi construído em dois pavimentos. Em sua parte superior, funcionaram várias instituições, como a Sociedade Médica, a Delegacia Regional de Polícia, um Posto de Saúde e outras.

Na segunda gestão de Renato de Freitas, foi construído, no bairro Martins, o Terminal Rodoviário Presidente Castelo Branco, inaugurado no dia 31 de agosto de 1976 como parte das comemorações do aniversário da cidade. Este terminal é um autêntico marco divisório no conceito de estação rodoviária na região. A partir dele acabaram-se, em quase todo o Triângulo, as rodoviárias cheias de pedintes, vagabundos, cachorradas e sujeira.

Após a mudança da rodoviária, deslocou-se a Biblioteca Pública Municipal, que estava na praça Clarimundo Carneiro, num sobrado ao lado do Cine It, para o velho terminal. O prédio que a Biblioteca ocupava tinha sido, na década de 1921, a sede do primeiro clube social da cidade, o Selecto Club.

Adequou-se o prédio, a Delegacia Regional de Polícia saiu de lá e foi para a praça Coronel Carneiro, onde está a Casa da Cultura, e ajustou-se o prédio para as suas finalidades. Recebeu o nome de Presidente Juscelino Kubistchek.

Para melhor adequação de seu espaço, a Biblioteca vem passando, desde 2005, por reformas. Hoje ela não é mais um mero depósito de livros para empréstimos, mas se aplica a outras atividades que estimulam a prática da leitura através de oficinas, programas e projetos. A partir de 2008, colocou à disposição de seus usuários o Telecentro com 20 computadores que atendem a 800 usuários para pesquisas na internet e cursos on-line. Seu acervo em abril de 2013 era de 45 mil volumes – foram informatizados. Hoje são muito mais.

Com a mudança do Fórum, seu prédio foi ocupado pela Secretaria Municipal de Cultura que reuniu lá seus vários órgãos, inclusive a Biblioteca. O prédio que ela ocupava será utilizado como uma reserva técnica do Museu Municipal. 

Está tombado.


*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.

 
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