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25/09/2020 às 08h00min - Atualizada em 25/09/2020 às 08h00min

Trocando podia por feito

CELSO MACHADO
De vez em quando, para não dizer quase sempre, me pego questionando iniciativas que mereciam ser melhor executadas. Confesso que já sofri muito com isso, atualmente não. E não é por arrogância, muito menos hipocrisia, mas me conforta saber que fiz, executei, tornei realidade. Não deixei ficar no confortável argumento do podia ter feito, ou pior, não fiz porque tem muita gente que faria melhor.

No passado sempre que vislumbrava questões que no meu entendimento mereciam maior destaque ou registro comparava minhas habilidades com a de outros que me pareciam muito mais bem qualificados para fazê-lo. 

Algumas aconteciam e mostravam que havia sido prudente em não as ter realizado, mas outras, para não dizer a maioria, acabavam ficando sem nunca acontecer.

Com o tempo passei a dar mais valor na execução do que nas ideias, nas iniciativas do que nos planos.

Hoje continuo um sonhador inveterado, mas procuro buscar a execução ou pelo menos a tentativa de transformar alguns em realidade.

Continuo reconhecendo que sempre, e é de verdade que faço essa reflexão, existem aqueles que podem fazer melhor, mas isto não inibe meu ânimo.

Evidente que me dedico em fazer o meu melhor, com dedicação, verdadeiro interesse e busco a contribuição daqueles que podem acrescentar competência no que estou envolvido.

Entendo eventuais críticas e as recebo com serenidade. Principalmente quando são construtivas, contributivas, orientativas. E procuro extrair delas aquilo que posso tirar de aprendizado para não cometer nas próximas.

Passei a aceitar que errar faz parte do processo, que só erra quem faz.  Tanto como faz rever, buscar consertar quando possível e principalmente não repetir o mesmo erro. 

Só não quero mais procurar desculpas, mesmo verdadeiras que possam reprimir o ímpeto autêntico de colocar sonhos e planos em prática.

Não sou, nem quero ser daqueles que deixam de citar nomes com medo de cometer deslizes esquecendo de alguns. Ora, quem não cita quem foi importante para uma obra, por princípio, está sendo injusto com todos que a viabilizaram. A questão para mim não é o risco de omitir alguém, mesmo reconhecendo que isso é bastante desagradável, mas ser sincero naqueles destacados.

Agora, por exemplo, estamos lançando o livro “eternas lições” com 20 mestres marcantes do ensino em nossa cidade. Claro que não falta gente muito mais qualificada que poderia tê-lo produzido. 

Só que ele está pronto e sendo distribuído. Não ficou no plano das ideais, está materializado. No mínimo reconhecendo quem tanto fez pela educação de nossa cidade e despertando quem sabe, outras iniciativas semelhantes, mais elaboradas e aprofundadas. 


*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
 
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