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20/09/2020 às 10h00min - Atualizada em 20/09/2020 às 10h00min

Gente sem frescura: melhores pessoas!

KELLY BASTOS (DUDI)

Bom dia! “Adoro pessoas sem frescura, que dividem um litrão e torresmo no boteco da esquina, que comem miojo bebendo Tang, que vão a pé, de ônibus, chegam sozinhas e se entrosam rápido”.

E já inicio o texto com essa fala, de um grande amigo. Quem mais se identifica? É tão gostoso conviver com pessoas sem afetações, gente que não liga para luxos e ostentações. Não, não se trata de romantizar a miséria e a pobreza extrema, que são faces desumanas da desigualdade social que se arrasta no Brasil e no mundo desde sempre, mas sim de entender que a simplicidade é uma das maiores riquezas desta vida.

Na verdade, simplicidade não tem a ver com riqueza, mas sim com a forma como se vive e se encara a vida, não importando o quanto se possua de grana no banco. Não são os dígitos do salário que comandam a forma como pessoas simples vivem, e sim suas certezas, suas convicções, prioridades e o seu olhar sobre o outro. Pessoas sem frescura conseguem entender que não são o centro do Universo e se adequam aos ambientes, às pessoas, aos lugares.

Trata-se daqueles que se dispõem a trocas e a aprendizados, que nunca se acham os donos da verdade, que sabem ouvir, sentir o mundo, sentir o próximo, para muito além do próprio umbigo.

São pessoas que, mesmo cercadas de bens materiais e de luxo, conseguem sair de seus casulos, de seus terrenos, para se entrosar com outros mundos além dos seus, sem julgamentos, críticas ou olhares de desaprovação.

Quem não é fresco é uma pessoa bem resolvida com seus sentimentos, com suas convicções, com aquilo em que acredita. São pessoas que transpiram verdade e felicidade, porque se permitem mudar, conhecer o novo, o diferente de si, sem estranhamento e preconceito. Como já colocaram a sua identidade em ordem, não tentam desarrumar o emocional dos outros, respeitando a essência de cada um.

Por isso são apaixonantes as pessoas sem frescura, que dividem um litrão e torresmo no boteco da esquina, que comem miojo bebendo Tang, que vão a pé, de ônibus, chegam sozinhas e se entrosam rápido, como disse meu amigo Mário. Gente que é feliz apenas por estar ali, viva, curtindo cada momento, onde e com quem estiver. Melhores pessoas. E para você, o que é gente sem frescura? Ouvi algumas opiniões e acho interessante ilustrar esse texto com elas. 

“Gosto de gente do tipo engraçado, que sorri por nada e por nada dá gargalhadas; gente simples que anda de bicicleta, toma café em copo, e se diverte comendo macarronada. Gosto de gente decente que fala o que pensa, mas nem sempre pensa; gosto de gente alegre que não tá nem aí pra tristeza, mas vive o que sente. Gosto de gente educada que pede licença, diz bom dia, muito obrigada. Gosto de gente que se aventura por aí e não tem medo de nada, gente ousada, intrépida e que sabe o quer. Gosto de gente que ama, que tropeça e levanta, que chora quando tem vontade, que me olha nos olhos pra dizer verdades, e tem no coração sinceridade. Gosto de gente humilde que reconhece erros, e busca seus acertos. Gosto de gente que põe guarda em seu coração, que não se alimenta de ódio, não vive pelo que vê, mas que exala amor. Gosto de gente que me faz dançar em dias de chuva, que me faz sentir a tal quando estou por baixo, e que segura minha mão quando percebe que estou com medo. Gosto de gente que gosta de gente que vive como a gente... Gosto de gente igual a gente...”  (Estela A.) 

“Sabe do que eu gosto? Gosto de gente simples, que conversa sem frescuras, que às vezes anda descalça, e ri alto até na rua. Gente que sabe ser delicadeza, mesmo tendo espírito de ogra. Que não recusa um cafezinho, mesmo fora de hora. Gente que fala igual maritaca, que não leva tudo à risca, que brinca igual uma criança, mas com maturidade segue a vida. Gente que possa me trazer paz, quando a tempestade me alcançar, e que sabe ler no meu olhar, tudo aquilo que eu não conseguir falar. Gente que sabe ser gentileza, que me ganha, sem que eu me perca. E que me faça florir, mesmo quando meu coração se ferir. É desse tipo de gente, que, ao entrar na nossa vida, dá vontade de colocar num potinho, pra nunca mais poder partir”. (Antônia S.)

“Eu gosto de gente simples, sabe? Eu gosto de gente que não tem vergonha de rir andando sozinha, e se lembra de algo engraçado, mesmo que a achem maluca. Eu gosto de gente verdadeira, que não forja sentimentos, que transborda. Que sente ciúmes, que emburra, e que desfaz o bico, se recebe um dengo. Eu gosto de gente que ri de si mesma, quando fala alguma coisa incrivelmente errada. Eu gosto de gente simples, que se dispersa vendo onde aquela formiguinha vai carregando seu grão. De gente que tropeça e sai correndo, fingindo que estava brincando. Gosto de gente meio estranha, que olha dos dois lados para atravessar a rua, mesmo sabendo que ela é de uma mão só. Eu gosto de gente natural, de cabelo bagunçado, de cara de sono, de sorriso largo, de coração grande. Eu gosto de gente”.  (Jessica Vasconcelos)

“Eu gosto de gente simples, humilde! Sem frescura. Que conversa com todo mundo como se olhasse no espelho; que ajuda qualquer um, conhecido, estranho, mendigo ou patrão... Eu gosto de gente como a gente, que carrega consigo sentimento profundo dentro do coração. Eu admiro pessoas que são de bem com a vida e sorriem mesmo com a alma doída... pessoas que estão sempre prontas a praticar o perdão... eu amo esse jeito meigo, doce, sincero e ingênuo. Sem frescura, mesmo! Eu acredito em bondade e em piedade também... e que há possibilidade de vencer as marcas de crueldade na alma que vão muito além”. (Mayara Venâncio)

"Gente simples, fazendo coisas pequenas, em lugares pouco importantes, consegue mudanças extraordinárias."  (Provérbio africano) (Ana Amália Silva)

"Na minha caminhada ‘tô’ querendo gente... Gente sem frescuras. Gente simples e descomplicada... Gente madura e brincalhona... Gente que deixa pra lá. Gente que sabe partilhar e compartilhar... Gente que se preocupa mas não se ocupa com a vida alheia... Gente que não ironiza suas conquistas e se alegra até com aquele bolo que você acertou fazer... Gente que a gente  fica louco pra encontrar só pra conversar sobre nada... Gente leve... Gente em paz... Gente que te enxerga, que te olha, que te vê... Gente que diz que vai dar tudo certo, porque, verdadeiramente, acredita nisso... Gente sem hipocrisia... 'tudo pela harmonia cansa'. Gente que não se ofenda por tudo e por nada. Gente que saiba falar e ouvir... Gente que incentiva e acredita! Ahhh, os incentivadores!! Esses são gente da melhor espécie!! Não sei se essa gente existe... mas quero muito aprender com elas!" (Bruno Alves)

“Gosto de gente simples, sem frescura, aquele tipo incomum, de gestos imprevisíveis e sorriso fácil. Daquelas papo cabeça que se entregam de corpo e alma no romance ou na loucura. Que vivem no mundo da fantasia, mas são mestres em compreender, ouvir, falar...sem pudor, medo ou covardia. Gosto de gente que anima, que ilumina. Gente que não tem preconceito e não faz distinção, que tem elegância na comunicação. Gente repleta de paz e amor, que reflete luz e sabe vagar entre mundos, pois possui na bagagem o senso de liberdade. Essa gente é julgada como louca, um ser que não se enquadra, que quebra regras e nunca se lamenta por nada – que bom! Essa gente é rara, porque carrega uma energia que irradia e contagia. Aprenda a enxergá-las com os olhos do coração. Quando encontrá-las, mantenha-as por perto. Essa gente é rica daquilo que está em extinção - lealdade, fidelidade e compaixão. Por um mundo com mais gente verdadeira, real e espontânea. É nessas que eu me amarro!” (Luiz Roberto)


*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.


 

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