Igreja situada no bairro Jaraguá, tombada por seu valor cultural pela Lei Municipal 5207, de 27.2.1991, sendo prefeito Virgílio Galassi, homologada pelo Iepha-MG, em 9/5/1997. O terreno, de 1.440 m² foi adquirido pela Ordem Franciscana. Os freis Egydio Parisi e Fulvio Sabia, franciscanos italianos, conheceram a conterrânea Lina Bo Bardi, naturalizada brasileira, apresentados pelo arquiteto Edmar de Almeida. Encomendaram-lhe um projeto para o terreno que a Ordem possuía no bairro Jaraguá a que, de início, ela se negou. Conhecendo melhor o que se pretendia e vendo que a comunidade estava disposta a ajudar, cedeu e elaborou um projeto que ganhou prestígio internacional.
Na verdade, a comunidade ajudou bastante em forma de mutirão. Lina usou material da região como tijolos de barro e colunas de aroeira. Vinha constantemente a Uberlândia ver o andamento da obra, corrigir, sugerir, encaminhar o trabalho para uma realização perfeita. Nisso, contou muito com a ajuda de Edmar de Almeida. Também, por sua intermediação a obra recebeu vultosa contribuição da organização alemã Adveniat, de Essen, que viabilizou a construção.
O projeto foi feito em 1975, a construção durou de 1976 a 1982. Sua inauguração foi realizada em 6 de outubro de 1985 pelo bispo dom Frei Estêvão Cardoso de Avelar.
Muito interessante o que disse o arquiteto Ariel Luis Lazzarin ao jornal Diário de Uberlândia, de 30 de agosto do ano passado: “Na arquitetura sacra temos como destaques o Barroco Mineiro, o Complexo da Pampulha em Belo Horizonte, e esta igreja, e que todos felizmente estão em Minas Gerais.” Essa informação dá um relevo extraordinário ao nosso templo.
Quando Lina fez o projeto, só tinha feito outro antes: a Casa de Vidro, em São Paulo, que abriga atualmente o Instituto Bardi. Durante a ditadura, não produziu quase nada, voltando a trabalhar sua arte após a igreja do Espírito Santo do Cerrado. Junto com esta, fez também o Sesc Pompéia.
Em 2007, o conjunto foi interditado pela Justiça por necessitar de reparos na sua estrutura. Entre 2009 e 2014, recebeu reparos variados que lhe deram condições de ser usado com segurança. O custo foi financiado pelo Programa Minas Patrimônio Vivo.
Atualmente o conjunto abriga o templo, o Centro Comunitário e o Museu de Arte Sacra (MAS) – que era a casa paroquial. O conjunto originalmente estava organizado em quatro níveis. O mais alto, na esquina da avenida dos Mognos e rua das Mangabeiras, aplicado nas celebrações; o segundo era uma moradia para três religiosas e a administração; o terceiro um salão para festas e reuniões e o quarto, mais abaixo, uma quadra de futebol esquina das avenidas dos Ipês e dos Mognos. A forma das construções nos três primeiros níveis é em curva. A moradia das religiosas abriga um pequeno claustro.
O Museu é aberto à visitação nas segundas-feiras (das 13h às 17h), terça a sexta (8h às 11h e das 13h às 17h), e na quinta (19 h às 21h).
As principais obras de Lina Bo Bardi, no Brasil foram: Casa de Vidro, SP; Museu de Arte de São Paulo; Casa da Cultura de Pernambuco (Recife); Igreja do Espírito Santo do Cerrado (Uberlândia); Museu de Arte Moderna da Bahia (Salvador); Teatro Oficina (São Paulo); Sesc Pompeia (SP); Reforma do Teatro Politeama (Jundiaí) e Reforma do Palácio das Indústrias (SP).
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