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08/08/2020 às 09h33min - Atualizada em 08/08/2020 às 09h33min

PESSOAS DIFÍCEIS: COMO LIDAR!

KELLY BASTOS (DUDI)
Bom dia!
 
Na vida encontramos todo o tipo de gente. Por certo, com algumas estabelecemos mais afinidade que outras. Há as que são fáceis de lidar e há outras que são difíceis.

Tem muita gente nessa vida que parece que têm o dom de conseguir tirar nossa paciência do sério. Dizem coisas que incomodam e irritam e muitas vezes a vontade que dá é de explodir em raiva. Mas há formas melhores e mais efetivas para administração de conflitos, de acordo com a nossa consultora Eliana Alves Pereira, psicóloga.

“Existe uma grande variedade de pessoas que são tóxicas para a nossa vida. Essas pessoas trazem energia negativa, stress e angústia. São pessoas que sugam energia e tiram nossa concentração do que realmente deveríamos fazer. Gente difícil desse tipo pode destruir o seu bem-estar. Podem ser uma verdadeira draga da alma”. Vejam o que a psicóloga resumiu para nós:

“Alguns exemplos de pessoas tóxicas são as pessoas negativas e pessimistas; as agressivas, tanto verbalmente como fisicamente; os maus-caracteres que querem tirar vantagem de você e os engraçadinhos praticantes de bullying que sentem prazer em tirar uma onda com a sua cara. Esses são apenas alguns exemplos. Muitos outros poderiam ser adicionados nessa lista”, acrescenta a profissional.

E mais: “Essas pessoas encontram-se nos diferentes ambientes em que vivemos. Qualquer pessoa pode ser uma pessoa tóxica. Mas geralmente é alguém com quem temos bastante convivência. Alguns dos exemplos mais comuns são: a pessoa com quem você mantém uma relação íntima como esposa, marido, namorada ou namorada; alguém do trabalho como um chefe, colega, sócio, cliente ou fornecedor; alguém da família como pais, tios, irmãos, sogros, avós e até filhos; um (a) amigo (a).
 
COMO LIDAR COM  ELAS

Saber lidar com pessoas assim não é tarefa fácil, mas é uma habilidade necessária. Não há como escapar simplesmente, pois elas aparecem na nossa vida. Faz parte da nossa jornada passar por esses desafios. Você não está sozinho nessa. A maior parte de nós tem alguém assim na vida.

Em primeiro lugar considere que existe um lado bom de ter uma pessoa difícil de conviver na sua vida. Ela representa um desafio de crescimento pessoal para você. Elas contribuem para aprendermos e nos desenvolvermos. Elas nos ensinam paciência e autocontrole. Aceite que elas fazem parte do caminho.

Na hora de lidar com uma pessoa difícil, não existe uma solução única que vai servir em todas as situações. Cada caso é um caso. Mas aqui vão algumas ideias que podem ajudar. Veja o que pode servir para você, orienta Eliana Alves Pereira.
 
1. Observe se é uma situação pontual ou recorrente: Antes de tomar qualquer atitude é importante avaliarmos se essa é uma situação pontual e única ou uma situação recorrente que acontece com frequência. Todos temos dias que não estamos bem. De repente a pessoa foi difícil com você naquele momento, mas foi só aquela vez. Nesse caso, possivelmente não era nada relacionado a você. Talvez estava passando por um problema pessoal que você não sabe.

Se for um colega, você não sabe se ele brigou com alguém em casa ou se está com um filho doente, por exemplo. Você nunca sabe o que se passa na vida da pessoa. De repente ela só está tendo um dia ruim e deu o azar de descontar em você. Nesse caso, o melhor talvez seja relevar e tocar em frente.
 
2. Use escuta ativa e faça perguntas: Vamos dizer que alguém diga alguma coisa que você não concorde e isso incomode você. Muitas vezes o que fazemos é reagir de forma negativa e defensiva dizendo que não é assim e que a pessoa não sabe do que está falando. O problema é que isso solidifica o conflito aumentando o impasse. Em vez de tentar vencer a discussão, uma alternativa é agir de maneira mais aberta e positiva para buscar encontrar uma solução em vez de deixar que se estabeleça o desentendimento. Para isso, você pode parafrasear a pessoa repetindo o que ela disse para confirmar entendimento. “Se entendi bem, o que você está dizendo é que…”. Então faça perguntas. “Ok, entendi essa parte. O que gostaria de saber melhor é por que….”; “Como você sugere que isso seja feito?”; “Por que você diz isso?”; “Como você chegou nessa conclusão?”; “Por que você se sente dessa maneira?” Esse tipo de comportamento mostra ao outro lado que você está ouvindo, querendo entender e buscar uma solução de forma positiva. Isso ajuda a resolver o problema e baixar a tensão do momento.
 
3. Estabeleça limites: Tenha claro em mente quais são os seus limites. Até onde você está disposto a aceitar. Então deixe claro os seus limites para a outra pessoa. Por exemplo, é esperado que numa relação haja respeito. Se alguém desrespeitar você, deve saber que você não irá aceitar isso.
 
4. Conversa um pra um: Chame a pessoa para uma conversa um pra um. Ou seja, só você e ela, a sós. Às vezes a pessoa simplesmente não percebe que está sendo difícil e, simplesmente falar resolve os problemas. Na conversa exponha o que está desagradando você com calma e tranquilidade. Procure utilizar a técnica sanduiche. Essa técnica consiste em iniciar falando de uma coisa que você gosta da pessoa. Só então falar o que está lhe incomodando. Por fim, fechar com outra coisa que você gosta dela. Dessa forma você abre e fecha de forma positiva o que ajuda bastante em ver que você está ali em busca de construir uma boa relação.
 
5. Não reaja no calor da discussão: Nos casos em que a pessoa começar a gritar e estiver sendo verbalmente agressiva, não retruque. Em vez de se engajar na discussão, acalme-se e deixe a outra parte colocar tudo que quiser para fora. Ignore os absurdos e ao final ainda pergunte se tem mais alguma coisa. Não vale a pena entrar na discussão. É só jogar mais álcool na fogueira. Nada bom vai sair disso. Melhor deixar baixar a poeira e endereçar o assunto num segundo momento quando as coisas estiverem mais calmas. Você até pode dizer algo como “Eu adoraria conversar com você e entender os seus pontos. Mas para que eu possa colaborar preciso que possamos conversar com calma e tranquilidade. Sugiro fazermos isso num próximo momento. Agora não parece ser a melhor hora.”

Para gerenciar conflitos pessoais com efetividade é importante nunca perder o controle. Quando deixamos que as emoções tomem conta das nossas atitudes, nossa habilidade de reagir coerentemente fica comprometida. No momento em que estamos de cabeça quente temos as piores reações que podem custar caro depois. Por isso, o melhor é sair fora e deixar a discussão. Então retomar o assunto e procurar ter uma conversa positiva num segundo momento com mais calma e tranquilidade.
 
6. Corte relações: Se você já tentou das formas positivas e não está adiantando, uma saída é eliminar o mal pela raiz simplesmente cortando a relação e se afastando completamente da pessoa.

Às vezes isso é necessário. Seja porque a pessoa não entende, não quer colaborar ou simplesmente pois está sendo mal-intencionada. Algumas pessoas agem de forma errada conosco e não querem mudar. Nesses casos não precisamos aceitar que isso faça parte da nossa vida. A vida é muito curta para ficar sofrendo com gente tóxica que nos puxa para trás e põe em risco nossa saúde física e mental.

Se é um amigo, simplesmente não se encontre mais com o amigo. Bloqueie ligações. Se for um conflito de trabalho com um colega ou com o chefe, considere pedir para mudar de área ou até trocar de emprego.

Se for esposa, marido, namorada ou namorado avalie dar fim a relação. Especialmente em casos mais extremos onde existe severo abuso psicológico e até mesmo físico. Nesses casos muito provavelmente, o melhor seja se afastar definitivamente.

Aprenda a desenvolver um bom faro para as pessoas que têm bom caráter e as que não têm. Assim, você pode se antecipar e sequer deixar entrar as pessoas erradas na sua vida.

Para vivermos melhor e alcançarmos nossos sonhos e objetivos, precisamos nos afastar do que nos derruba e abrir espaço para aquilo que leva nossa vida pra um lugar melhor. Um lugar de mais paz, harmonia e tranquilidade.
 
Bom final e boa semana!




Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.




 
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