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31/07/2020 às 15h48min - Atualizada em 31/07/2020 às 15h48min

Tirando o chapéu

CELSO MACHADO
Há mais de 3 décadas sem visitar Miraporanga, há uns 5 anos estive lá gravando matérias com seus moradores para a série que produzi: Arte nos Distritos.

Foi uma viagem pelo tempo em que relembrei momentos tão especiais que vivi ali pertinho com colegas de juventude no rancho “Cantinho do céu”, que ficava nas terras do fazendeiro Virgilio Laerte nas margens do rio Tijuco.

Estive na venda em que comprávamos cerveja, visitei sua linda igreja, passei pelo seu campo de futebol, revi edificações antigas, umas agora em ruínas, caminhei descontraidamente por suas poucas ruas, bati gostosos papos com seus moradores. Adorei passar um tempo num local tão bucólico e agradável.

E me questionei por que demorei tanto a fazer um programa que me fez tão bem.

Só teve uma coisa que me incomodou. E muito. O fato da ligação com Miraporanga ainda ser feita por estrada de terra. Um trecho pequeno, acredito que em torno de 2 km, mas que provocava o transtorno da poeira na seca e da lama no período chuvoso.

Fiquei com a sensação de um certo desleixo com o distrito. O único dos quatro que temos que não era ligado por pavimentação asfáltica.

Seria fácil botar a culpa nas administrações dos prefeitos que tivemos, mas não foi isso o que senti. O incômodo foi porque me pareceu que nós, de certa forma, abandonamos nosso distrito mais antigo que durante muito tempo foi chamado de Santa Maria, considerado o marco zero na criação de Uberlândia.

Se eu mesmo fiquei mais de 30 anos sem ir lá, porque botar culpa nos outros por não darem atenção a Miraporanga?

Depois disso voltei algumas vezes, pelo menos uma por ano. Como também em Martinésia, Cruzeiro dos Peixotos e Tapuirama. Redescobri nossos distritos, cada qual com suas peculiaridades atrativas.

Agora recebi a notícia que o asfalto está chegando a Miraporanga. Confesso que senti uma alegria muito grande, como se fosse uma dívida antiga que, mesmo sem ter feito nada, estou ajudando a quitar. Fico imaginando como seus moradores devem estar satisfeitos e dos benefícios que isso irá lhes proporcionar.

Aqui abro um parêntese para tirar o chapéu para a atual administração que está concluindo essa obra. Nada a ver com bandeira política nem culto à personalidade. Meus parabéns, sinceros, verdadeiros.

Não sou de bajular, mas sim de reconhecer quem faz e faz bem feito. Tiro o chapéu com todo respeito para expressar um reconhecimento merecido.




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