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17/07/2020 às 14h13min - Atualizada em 17/07/2020 às 14h13min

Eu, cobrador de mim!

CELSO MACHADO
Acontecimentos simples, corriqueiros podem nos transmitir ensinamentos que lições acadêmicas não conseguem.

Basta termos olhar, sensibilidade e abstração para percebê-los. Ajuda também a focarmos mais no que nos provoca do que propriamente na realidade que está acontecendo.

Tempos atrás, ainda não havia a lei seca, estava retornando da chácara onde aos domingos jogava bola nas Mansões Aeroporto, saboreando vagarosamente uma deliciosa cerveja long neck , quando inadvertidamente joguei o casco vazio num terreno baldio.

Como não havia gente por perto, ninguém percebeu esse gesto infeliz. Ninguém virgula, melhor dizer quase ninguém, porque eu vi e quase que simultaneamente veio o remorso pela atitude tão inconveniente.

Aquilo me tocou e tirei dele um aprendizado permanente.

Reforçou que para mim o cobrador incansável que vigia e analisa meu comportamento sou eu próprio. Que a todo momento estou ao meu lado vendo e analisando tudo que faço. E a quem devo prestar contas permanentemente. Me desafiando, testando, reprimindo.

Claro que dou atenção, valor e agradeço com sinceridade quando uma pessoa tem a generosidade de fazer considerações a meu respeito. Isso tem o maior significado para ajudar na avaliação de como estou sendo percebido. Se minha intenção está ornando com meus gestos. Quantas vezes fazemos algo pensando em dar o melhor e para quem está recebendo a percepção é outra totalmente diferente.

Não seria verdadeiro se não falasse que fico feliz e envaidecido com elogios sinceros. Que respeito e agradeço críticas construtivas. Mas tento, de verdade, não fazer um tipo para agradar aos outros. Sou o que sou: brega, irreverente, descontraído, cheio de defeitos, manias, imperfeições. Calmo ou lerdo, isso não sei bem distinguir.

Seja num simples gesto de não jogar nada na rua, no passeio ou num terreno vazio como também nas atitudes que possam machucar, magoar ou prejudicar alguém, procuro agir sempre em harmonia com minha consciência. E é a ela que, ao deitar, presto contas. Procuro diariamente e cada vez mais, ser eu, cobrador de mim!



Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.



 
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