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26/06/2020 às 09h39min - Atualizada em 26/06/2020 às 09h39min

Doces águas

CELSO MACHADO
Gosto do mar, principalmente daqueles lugares bucólicos com praias de areias claras, firmes. De longa extensão e especialmente as mais sossegadas e repletas de coqueiros. De águas mornas e de ondas medianas.

E prefiro as [praias] que têm bares bem típicos, de preferência tocados por pessoas da região e que, além da imprescindível cerveja gelada, lógico que Itaipava ou Petra, ofereçam a rica diversidade dos frutos do mar.

Lógico, que não coloquem som nas alturas e cobrem preços honestos. E com uma condição da qual não abro mão: banheiros decentes.

Tirando isso, que não é pouco, como mineiro que sou, devo confessar que minha predileção é por represas.

Elas me fascinam pelo encanto de proporcionarem banhos relaxantes, mergulhos adoráveis sem sair com o corpo salgado e pregando. E muitas vezes até mesmo saborear uma cervejinha devidamente acomodado num colete salva vidas, colocado do avesso que carinhosamente chamamos de “bundão”. Também pelo suave movimento de suas águas, especialmente no final da tarde quando estamos voltando de um passeio de lancha, cortando seu leito que parece um espelho.

Pra quem também como eu gosta de uma pescaria, penso que não tem comparação ficar num barco, num sobe e desce enjoativo no mar, diante da mansidão calma e a beleza de jogar o anzol nos tablados das represas.

Se alguém contestar e disser que é despeito de quem nasceu e vive longe do mar não vou retrucar, até porque isso pode ser verdade.

E mesmo tendo muita vontade, vou me para não sofejar o refrão daquela música que diz: “Se Minas não tem mar, o mar também não tem Minas Gerais”.

Especialmente para todos nós triangulinos é uma verdadeira benção sermos rodeados dessa quantidade enorme de belas represas.
Praticamente conheço todas e identifico em cada características próprias de beleza e atratividade.

Seja pela limpidez e transparência das suas águas; de lindas cachoeiras, da infraestrutura e opções de passeios; da facilidade de acesso; da diversidade e riqueza para uma agradável pescaria e por aí afora.

Adora contemplar suas paisagens, ainda mais no final da tarde com suas aves fazendo a peregrinação diária de volta pra casa num desfile harmonioso e muito bem conduzido.

E nas noites de lua cheia, quando oferece um espetáculo encantador no reflexo de sua luminosidade na extensão de suas águas.
Este período que estamos passando tem reforçado essa preferência. E me levando a planejar desfrutar mais delas.

Nada contra o mar que tanto aprecio e gosto, mas paixão mesmo é por uma represa. Com certeza é pela afinidade com meu estilo: tenho mais empatia pela calmaria de um lago do que pela turbulência das ondas marítimas.



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