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14/04/2020 às 09h05min - Atualizada em 14/04/2020 às 09h05min

Bens Tombados - a residência do Chacur

ANTÔNIO PEREIRA
Esse prédio foi tombado pelo Decreto n. 9.163, de 2 de junho de 2.003, como Patrimônio Histórico Municipal. Fica na esquina da rua Marechal Deodoro com a rua Vigário Dantas. O Marechal Deodoro todo mundo sabe quem foi. Quando foi nomeada, a rua se chamava “rua do Diodoro”. Já o Vigário Dantas pouca gente conhece. Foi o terceiro pároco da matriz de Nossa Senhora do Carmo, em torno da qual nasceu a cidade. Foi figura importante. Mudou o cemitério, ampliou o templo, colocou estafeta entre Uberlândia e Santa Maria para buscar e levar correspondências (o Correio não passava por aqui) e redigiu o manifesto que justificou o pedido de emancipação do Distrito, entre outras coisas.
Foi, na maior parte de sua existência, casa de morada. Deve ter sido construída na década de 1921, mas não se conseguiu apurar a data exata. Seus primeiros usuários foram Francisco Moyuba e sua família que a venderam para Setrack Naccachi e esposa. Em 1927, este casal vendeu o prédio para Salomão Attié & Cia. Poucos anos depois, em razão da dissolução da empresa dona do imóvel, foi vendido para Aníbal Guimarães e sua mulher que o venderam para Miguel Jacob, em 1934. Em 1936, foi novamente vendido para Jorge Salomão e Adib Salomão, filhos do ex-proprietário Salomão Attié.
Em 1944, o imóvel foi vendido, mais uma vez, para Aladim José Bernardes que o transferiu em 1962 para Adel Elias El Rassi e Abrahim Elias Rassi. Por essa época, foi dividido em duas partes, uma com nove cômodos, outra com sete. Por fim, Said Chacur adquiriu as duas partes do imóvel e reunificou-as. Com seu falecimento o imóvel passou para os herdeiros que lhe fizeram uma reforma acrescentando alguns cômodos.
O grande valor histórico deste imóvel é a sua amostragem de uma arquitetura muito usada na época. “A residência possui, em sua fachada, características neoclássicas expressas pela clareza construtiva e por uma simplicidade formal. O ritmo mantido pela disposição das janelas e de outros elementos afirma tal peculiaridade. O edifício foi construído no alinhamento do lote, tanto em relação à rua Vigário Dantas como em relação à rua Marechal Deodoro, sem afastamento frontal. Estão distribuídas nas fachadas nove janelas ornadas por arcos plenos, cujas bandeiras constituem-se de vidro pintado. Este mesmo ornamento aparece na porta principal da casa.” (Residência Chacur – impresso da Secretaria de Cultura PMU)
Segundo o impresso acima, o imóvel se constitui em importante exemplo da construção no século XX.
Nesse prédio foi instalado por uns dez anos aproximadamente o jornal “O Triângulo”, quando já era propriedade de seus antigos funcionários. O Triângulo foi um jornal importante para a cidade por sua longevidade e por ser o oponente político do Correio de Uberlândia. Atualmente, encontra-se desativado.
 
              
Fonte: Secretaria de Cultura
Esta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
 
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