Lobo em pele de cordeiro: com o tempo, a revelação torna-se inevitável, queridos leitores! Então, peço atenção a uma observação, em especial, no que se refere a um tipo de “personalidade” muito comum entre nós, em nossas relações familiares, de trabalho, estudos, lazer e outras mais.
Quem não conhece a antiga expressão popular “lobo em pele de cordeiro” ? Segundo a nossa consultora, Eliana Alves Pereira, psicóloga, essa expressão indica uma personalidade que esconde sua verdadeira essência, sob uma falsa aparência, principalmente a nível comportamental.
“Essa, vamos assim dizer, ‘personalidade’, se infiltra em meio a grupos de todos os tipos e consegue, temporariamente, enganar aos demais com seu discurso, sua proposta, seus comportamentos quase convincentes, devido a sua atuação teatral muito bem elaborada”.
E continua: o lobo não consegue sustentar por muito tempo o comportamento do cordeiro. Explicando. Ele crê que o cordeiro é fraco, ele acredita em sua inteligência e superioridade predadora, ele despreza os demais. Tem o ego inflado, não consegue desenvolver empatia, sensibilidade.
Desta forma, após algum tempo, ele deixa cair a pele do cordeiro, que o incomoda tanto, e logo seus dentes ficam à mostra: a revelação torna-se inevitável.
O cordeiro, por sua vez, não possui essa capacidade teatral. Ele não pode vestir a pele do lobo, ele não quer, não precisa e não consegue encenar, porque ele é o que é em essência, portanto, é, por um tempo, ainda que breve, uma vítima desse lobo.
Prestem atenção: essas “pessoas lobo” estão em todos os lugares. Elas sentem-se atraídas pelo desafio de provar a si mesmas seus pseudo domínios sobre os outros. Conviver com elas é inevitável, e exige um cuidado especial que, basicamente, se resume em impor limites em seus comportamentos abusivos, antissociais, antiéticos e ser firme em não permitir suas reincidências, pois somente uma atitude firme e decidida é necessária para fazer com que se revelem e sejam impedidos em seus obscuros objetivos.
Essas pessoas precisam de ajuda, estão doentes, com problemas sérios e devem ser ajudadas, porém, ajudá-las não é lhes conceder espaço e permissão para que continuem com seus comportamentos negativos, mas, com firmeza, fazê-las se revelarem, principalmente a si mesmas, para que, encontrando-se consigo mesmas, possam se corrigir.
Entretanto, essas pessoas têm grande dificuldade em desenvolver humildade. Sim, humildade de reconhecer seus erros, de pedir ajuda e tentar se redimir. Se vocês conhecem alguém assim, ajudem essa pessoa, apenas demonstrando que ter compaixão pelo outro não é sinal de fraqueza, mas de força; porque é com uma atitude firme e decidida que se deve fazer prevalecer o bem, o respeito, a igualdade, a solidariedade e a fraternidade entre os seres humanos.
Sejam firmes, sim, sejam firmes e decididos em fazer prevalecer a liberdade acima de qualquer domínio de uns sobre os outros, para que o respeito ao ser humano seja a regra, não a exceção. Combinados? Bom domingo!
*O conteúdo desta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.