Não me julgo qualificado para dar conselhos, mesmo em segmentos nos quais tenho algum tempo de atuação. Entretanto pelo que vivi, passei, idade, entre outros fatores, sempre que posso e há interesse gosto de compartilhar experiências. Estive executivo praticamente o maior tempo da minha carreira profissional. Fui subordinado de líderes de estilos completamente diferentes e estive em funções de comando. Tanto de empresas, quanto de departamentos.
Em função disso era constantemente avaliado por diferentes métodos e processos por pares e superiores. Que eu me lembre, nunca alcancei um resultado brilhante, mas entre os aspectos positivos e os a melhorar, os primeiros geralmente predominavam. Liderei e fui liderado. Sofri injustiças e certamente as cometi.
Aprendi cedo a não buscar desculpas, justificativas mas aproveitar todo tipo de feedbacks para evoluir como profissional e pessoa.
Além dessas avaliações, do acesso a fontes maravilhosas de conhecimento, do convívio com pessoas competentes e sábias, tive sempre uma preocupação que foi estar apto para responder, a qualquer momento, em qualquer situação, umas perguntas simples, mas de profundo significado para mim: se fosse dono agiria do jeito que estava agindo? Trataria as pessoas como gostaria de ser tratado? Cuidaria do meu dinheiro da mesma maneira que estava fazendo com o da empresa, ou setor? Minha dedicação, cuidados, envolvimento e comprometimento seriam os mesmos?
Nunca me fizeram essas perguntas. O que poderia parecer uma preocupação desnecessária para alguns, mas para mim não. Permitiu-me construir uma jornada que me levou a patamares que nunca havia imaginado, possibilitou convívio com personagens marcantes dos segmentos em que atuei, não só daqui como do Brasil inteiro. Estabeleceu uma rede de conexão e reputação tão consistente que mesmo depois de, já algum tempo ter encerrado a carreira de executivo, ela continuam gerando oportunidades e possibilitando realização de projetos relevantes.
Fico pensando como se preparar para responder a essas perguntas poderia ser tão contributivas ainda hoje. Os políticos perante seus patrões, os eleitores e toda sociedade. Os dirigentes esportivos, classistas, etc, perante seus mantenedores: os associados e a comunidade.
Os empresários diante dos seus funcionários; Os empregados perante seus superiores, colegas e todos com quem relacionam. Os colaboradores de agremiações com aqueles que os sustentam: os contribuintes e acionistas.
Acredito, pelo menos isto me ajudou muito, que esse cuidado traz muito mais resultados benéficos do que ficar lamentando ou jogando a culpa nos outros pela frustração da jornada. E da nossa trajetória de vida.
Compartilho essa experiência com os amigos que me acompanham porque realmente ela fez diferença na minha carreira pessoal e profissional. Principalmente no meu abençoado sono diário e no julgamento da minha consciência...
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