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12/09/2019 às 08h13min - Atualizada em 12/09/2019 às 08h13min

A parte de cada um

SÉRGIO LÚCIO DE FREITAS REZENDE | ECONOMISTA E EMPRESÁRIO
O Brasil vive hoje um dos momentos mais inusitados de sua história. Ninguém duvida da profunda necessidade de criação de empregos para atender algo em torno de 35 milhões de desempregados. Se o déficit da previdência não for solucionado, o país entra de vez em rota de colisão fiscal e em poucos anos jogará a população em situação de tragédia social.

É urgente o equacionamento dos gastos excessivos da máquina pública. Há que se implantar uma reforma tributária que transforme a economia e que seja capaz de retirar do cangote do empresário o fardo pesado de um governo que nas últimas décadas se transformou num mastodonte perdulário. Há também a necessidade de aprovação no Congresso Nacional de um pacto federativo que traga protagonismo e autonomia aos governadores e prefeitos, para definição de onde e como gastar os recursos públicos, bem como a necessidade de um Banco Central independente, sem interferências dos demais poderes, garantindo assim, uma moeda forte e confiável. Temos que fazer uma gradativa e inteligente abertura da economia para colocar o Brasil nos mercados globais que não param de gerar riqueza para seus membros, como acontece na Ásia, além de uma reformulação na educação e outras diversas mudanças que o Brasil necessita.

Em todos os governos passados, independente de partidos ou ideologias, tudo que nos deixaram foi uma máquina de privilégios, profundas desigualdades sociais e muita injustiça para com a população. Não precisamos ir muito longe. Basta lembrar que 50% dos lares brasileiros não possuem saneamento básico.

Como criar emprego num país que acredita na viabilidade da tributação da folha de pagamento das empresas, fazendo com que o custo de um trabalhador seja equivalente a dois? Isso é uma política de desemprego em massa, a qual os “gênios” dos últimos governos passaram a chamar de conquista de direitos trabalhistas. Qual a serventia para a população do Brasil de tantos direitos trabalhistas conquistados se ao mesmo tempo não existe emprego? Muitas vezes a ignorância leva à cegueira e à própria morte. Há 367 anos antes de Cristo, um filósofo grego de nome Heráclito, contraiu uma infecção na pele e acreditou que se mergulhasse numa montanha de estrume o calor gerado poderia matar as bactérias e curar da tal infecção. Morreu depois de quatro dias com um mau cheiro insuportável. Ele era um filósofo brilhante e um de seus postulados deixados foi que nada na vida permanece parado e tudo está em constante mudança. Ora, aqui no Brasil os “gênios” que criaram essa máquina de destruição de empregos (oneração da folha de pagamentos) nem filósofos nunca chegaram a ser. Imagina!

Há tempos nosso país não dispõe dos recursos para investimentos em saúde, educação, segurança e infraestrutura. Mas, ao mesmo tempo, a arrecadação tributária não para de crescer dando a ideia de fartura de recursos. Acontece que a maior parte desse dinheiro é usado para pagamento dos juros da dívida pública brasileira. A maior prova disso é o crescimento da participação da dívida no PIB do país. Há 35 anos, era de 33% e hoje está em 78% com previsão para 2020 de representar 87% de tudo que produzimos.

A verdade é que nossos governantes nos últimos 35 anos se especializaram em populismo regado a tragédia fiscal tomando a politica como instrumento próprio de seu interesse. Vejam que os cargos eletivos de vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores, tornaram-se meio de vida, profissão, forma de sustentar a família, forma de realizar seus sonhos de consumo, estratégia e caminho para o enriquecimento pessoal e patrimonial. Isso tanto é verdade que você encontra vários detentores de cargos eletivos no Brasil exercendo intermináveis mandatos através das últimas décadas. Se aposentam como vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores. Eles se transformaram numa verdadeira corporação ou num forte sindicato.

Nesse exato momento, o Brasil está com uma real possibilidade de virar essa trágica página e começar a mudar esse jogo. A equipe econômica do atual governo está seriamente comprometida com os anseios da população de um país melhor e mais forte economicamente.

É importante um ambiente equilibrado, unificado e centrado numa única direção de progresso e prosperidade para todos. Precisamos fazer nossa parte.
 

*O conteúdo desta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.

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