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08/08/2019 às 08h23min - Atualizada em 08/08/2019 às 08h23min

Jorge "São Paoli"

TIAGO BESSA

O começo da trajetória de Jorge Sampaoli no Santos, contratado em dezembro de 2018, foi um pouco obscura. Tudo bem que o elenco do Santos para a temporada de 2019 não era fonte de muitas esperanças, mas classificar-se em segundo lugar na primeira fase do Paulistão, quatro pontos atrás do Red Bull Brasil, não foi algo que a torcida santista engoliu muito bem. Nas semifinais acabou eliminado pelo Corinthians na disputa de pênaltis, terminando em quarto lugar na classificação final do campeonato.

Muitos, inclusive eu, questionaram a desenvoltura do time para a continuidade da temporada, assim como a permanência do técnico argentino. O Santos passava (e ainda passa) por uma séria crise financeira, que dificulta o cumprimento dos compromissos salariais firmados com Sampaoli. Aventa-se que ele e sua comissão técnica custem quase 1 milhão de reais mensais aos cofres do Peixe.

O campeonato Brasileiro começou e o Santos teve um início regular. Venceu o Grêmio e o Fluminense nas duas primeiras rodadas, mas, já na terceira, amargou um empate com o fraco CSA. Voltou a vencer na quarta rodada, goleando o também fraco time do Vasco e, na quinta levou quatro do Palmeiras na capital paulista. Este resultado, assim como o empate sem gols com o Internacional-RS na sexta rodada, deve ter deixado o torcedor santista bastante desconfiado da desenvoltura do elenco.

Mas a sequência que o Santos imprimiu da sétima rodada em diante tem me surpreendido bastante. O Jorge Sampaoli parece saber exatamente o elenco que tem nas mãos e, a exemplo do que o Luxemburgo fazia no passado, tem conseguido explorar o melhor de cada jogador. O Eduardo Sasha, que em 2018 conseguira somente seis gols em dezoito jogos, é o artilheiro do time no Brasileirão. O jovem venezuelano Yeferson Soteldo está jogando muita bola, me fazendo lembrar o tempo em que havia mais boleiros do que atletas no futebol profissional. Ele é muito habilidoso e se atreve a fazer jogadas que, se outrora víamos quase toda semana, agora estão cada vez mais raras mesmo no futebol internacional.

Outros jogadores também têm se destacado bastante e, a julgar pelas vitórias em todas as últimas sete rodadas, o Santos chega muito forte para o clássico contra o São Paulo. Mas penso que o Sampaoli seja o maior responsável pelo sucesso atual deste time. Que os técnicos brasileiros consigam enxergar e absorver dele o melhor que puderem, para não caírem de vez no pragmatismo do futebol burocrático que tem se tornado o nosso!

*O conteúdo desta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.

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