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23/04/2019 às 08h30min - Atualizada em 23/04/2019 às 08h30min

Símbolo cristão pega fogo em Paris

JÚLIA CAROLINA | ESTUDANTE DE JORNALISMO
Foto: Pixabay
No dia 15 de abril, às vésperas de uma das celebrações mais tradicionais e significantes do cristianismo, a Páscoa, a cidade de Paris paralisou-se mais uma vez, em menos de cinco anos. Depois dos atentados terroristas ocorridos em setembro de 2015, a cidade da luz se viu diante de mais uma tragédia, desta vez, envolvendo um de seus cartões postais, que, assim como a celebração cristã, tem importância mundial, não somente para a fé, mas também para a arquitetura e a história. O incêndio em questão atingiu a catedral de Notre-Dame e o presidente Emmanuel Macron não só cumpriu seu papel ao prestar solidariedade ao povo francês, como também garantiu que a catedral, símbolo do estilo gótico europeu, será restaurada em cinco anos.

A catedral de Notre-Dame, que em português quer dizer “Nossa Senhora”, teve sua construção iniciada em 1163, mas foi somente em 1345 que sua estrutura foi parcialmente concluída, cerca de 300 anos depois, isto porque seus detalhes minuciosos eram acrescentados ano a ano, trazendo incertezas acerca de sua conclusão.

O que não há dúvida para os historiadores é relevância da catedral em meio à história. Conta a história, por exemplo, que foi lá a beatificação de Joana D'Arc, conhecida hoje pelos franceses como a padroeira da cidade da luz, ou que lá também foi o palco da coroação de Napoleão Bonaparte. Do mesmo modo, a catedral serviu de inspiração para o escritor Vitor Hugo escrever uma de suas obras mais reconhecidas do mundo, intitulada incialmente “Notre-Dame de Paris” ou “Nossa Senhora De Paris”. O Corcunda de Notre-Dame, como seria conhecida mais tarde, foi escrita em 1831 com objetivo de dar notoriedade à catedral, que séculos antes vinha sendo esquecida, o que por fim funcionou.

Conhecida como um dos símbolos arquitetônicos da fé cristã, a catedral de Notre-Dame carrega em si inúmeros objetos, como um pedaço da cruz de Cristo, um prego usado na crucificação, e a coroa de espinhos, objetos ainda hoje sem comprovação arqueológica, mas que dão forças a simbolismos importantes como a Páscoa, além de vitrais grandiosos e representações bíblicas representadas por meio da arte.
 
No domingo, uma das festas mais tradicionais da cristandade (a Páscoa) continuou, mas Emmanuel (Deus conosco), o sino coração da catedral de Notre-Dame de aproximadamente 13 toneladas e 300 anos de existência, não tocou para anunciar a ressureição de Cristo.



*O conteúdo desta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
 
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