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21/03/2019 às 09h44min - Atualizada em 21/03/2019 às 09h44min

"O" bandeirinha é mulher?

TIAGO BESSA
No último domingo fui ao Parque do Sabiá assistir ao jogo do Verdão. Tarefa difícil acordar num domingão de ressaca, mas fui lá. Afinal, era o Verdão! Até os 30 minutos do primeiro tempo era um jogo ruim. Bem ruim, aliás. Nenhum dos goleiros era exigido, muitos passes errados (como é difícil acertar um passe de 3 ou 4 metros, meu Zeus!), uma absurda falta de criatividade. Até que aos 47 do segundo tempo o Aslen fez o primeiro gol do Verdão e deu uma pequena incendiada no jogo. Digo "pequena" porque já era o fim do primeiro tempo, o que quer dizer que o Serranense poderia voltar melhor na segunda etapa e estragar tudo!

No segundo tempo o técnico Ademir Fonseca fez boas alterações, a equipe exigiu mais do adversário com um pouco mais de criatividade e, com mais dois gols do Leozinho, bateu o Serranense por 3 x 0.  Meu destaque, além do próprio Leozinho, fica com o centroavante Jhulliam, que sabe segurar a defesa adversária e é fundamental neste elenco. Mas foi um domingo meio esquisito, na verdade! O técnico sofreu um infarto ainda durante o jogo e, agora, inspira cuidados mais sérios. Força, Ademir!

Algo estranho também aconteceu nas arquibancadas, mais precisamente nas numeradas, onde eu estava. Uma das componentes do trio de arbitragem era mulher e assistiu o árbitro do lado oposto das arquibancadas que foram abertas. Logo no começo da partida ela marcou um impedimento do ataque do Verdão e foi aí que meus ouvidos foram atingidos por algo típico do macho médio brasileiro/uberlandense: "Ah, mas 'o' bandeirinha é mulher? Só podia ser, mesmo!".

Em pleno século XXI (é clichê, mas é isso mesmo!), no mês denominado "das mulheres" (mais um clichê, mas é isso mesmo também!), ainda há esse tipo de gente tendo voz em locais públicos. Era um pai com seus dois filhos deixando um belo legado de preconceito às suas crianças, corroborado por muitos que estavam ao redor dele. Não podemos mais encarar esse tipo de situação como "piada" ou "brincadeira". Talvez seja ingenuidade minha assistir ao jogo no habitat do uberlandense médio e esperar comportamento diferente! No próximo domingo vou de novo, colocar minha ingenuidade em prática.

E o CAP? Bem, o CAP queimou minha língua e parece não gostar de quaresma!
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