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18/03/2018 às 05h44min - Atualizada em 18/03/2018 às 05h44min

Tivoli marca volta da SsangYong ao País

SUV chega por R$ 85 mil e encabeça terceira tentativa de firmar marca sul-coreana no mercado nacional

EDUARDO SODRÉ | FOLHAPRESS
SUV Tivoli é uma das apostas da montadora sul-coreana para retomar o mercado brasileiro | Foto: Folhapress/Divulgação

Enfileirados em frente à sede do Grupo JLJ, os carros da SsangYong aguardam a avaliação. O importador instalado em Salto, no interior paulista, é o terceiro a tentar obter sucesso no Brasil com os utilitários sul-coreanos.

As vendas começam na segunda quinzena de março, afirma Marcelo Fevereiro, diretor de operações da SsangYong Brasil. Haverá 16 pontos de comércio e assistência, selecionados após visitas a antigos representantes.

A história desses carros sul-coreanos no Brasil começou em 1995, quando um grupo sediado em Barbados trouxe o Musso, um utilitário de sete lugares com motor a diesel de 95 cv. A operação terminou em 1998.

A marca retornou em 2001 com a empresa Districar. A parceria durou até 2015, período em que 17 mil carros foram vendidos.

Com as idas e vindas, a missão mais difícil do novo importador será reconquistar a confiança de antigos clientes e mostrar que vale apostar em um carro SsangYong.

O trabalho de convencimento caberá a modelos como o jipinho Tivoli, primeiro a ser avaliado.

O estilo não causa o estranhamento provocado pelo Actyon de primeira geração, mais conhecido pelo exotismo que por qualidades mecânicas. O novo SUV compacto foi desenhado pelo estúdio italiano Pininfarina, que hoje pertence à indiana Mahindra, dona da SsangYong.

A festa das nações gerou um carro interessante, em dia com os concorrentes no segmento de jipinhos urbanos.

O Tivoli tem motor 1.6 a gasolina (128 cv), 4,20 metros de comprimento e câmbio automático de seis marchas. O importador diz que o preço vai partir de R$ 85 mil.

O acabamento é semelhante ao visto em modelos de porte médio. O motorista pode escolher o peso da direção elétrica, mas vale dizer que o modo normal é adequado para qualquer situação.

A versão avaliada tem alguns itens que não virão ao Brasil, como os airbags laterais. Esse é o principal deslize do Tivoli e de outros modelos Ssangyong, equipados apenas com bolsas frontais.

Na estrada, a boa posição ao volante e o silêncio a bordo mostram a ambição dos sul-coreanos. Antes valorizados pela robustez, querem agora transmitir luxo.

As rodas de 18 polegadas do Tivoli testado não são as mais indicadas para o Brasil. A importadora afirma que haverá opções menores em outras versões do modelo.

Firme nas curvas, o jipinho mostra-se apto a receber motores mais potentes, embora esse primeiro contato tenha deixado uma impressão positiva sobre seu desempenho.

Quem viaja no banco traseiro dispõe de bom espaço para as pernas em um banco com encosto bastante inclinado. O problema é o porta-malas reduzido.

A capacidade de 423 litros expressa na ficha técnica parece boa, mas o cálculo considera o vão livre até o teto, e não o limite estabelecido pelo topo do assento traseiro, como é usual no Brasil.

Para ampliar o espaço, as versões vendidas no Brasil não trarão uma base de isopor que fica entre o tampão do assoalho e o estepe. Isso vai liberar alguns litros extras para bagagens.

Quem precisar de mais espaço pode optar pelo modelo XLV. Esse é basicamente um Tivoli alongado que, segundo o importador, deverá custar R$ 5.000 a mais.

Os modelos Korando, Rexton e a nova geração da picape Actyon também estavam disponíveis para uma volta rápida. Todos têm motores a diesel e se destacam pelo baixo nível de ruído.

Segundo Marcelo Fevereiro, a expectativa é vender 3.000 carros em 2018 e aguardar as mudanças regulatórias que devem beneficiar as importadoras.

"O país levou uma chacoalhada histórica da Organização Mundial do Comércio devido às restrições do Inovar-Auto, mas houve um importante aprendizado, que deve evoluir para uma legislação que beneficie quem comercializa produtos mais eficientes", diz o executivo.

NO PASSADO

A primeira geração do Ssangyong Actyon chegou ao Brasil em 2007 nas versões picape e utilitário esportivo.

Na época, seu desenho causou estranheza e o colocou em várias listas dos veículos mais feios à venda mundo afora.

Hoje, a marca asiática investe em um estilo mais global para conquistar novos mercados fora da Coreia do Sul.
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