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08/02/2019 às 11h39min - Atualizada em 08/02/2019 às 11h39min

EcoSport sem estepe

Versão mais cara do jipinho agora vem com pneu que pode rodar furado por até 80 quilômetros

EDUARDO SODRÉ | FOLHAPRESS
Foto: Divulgação
O Ford EcoSport lançou a moda dos jipinhos urbanos em 2003, mas perdeu o reinado. Sua principal característica, o estepe pendurado na traseira, não foi adotado por nenhum de seus concorrentes atuais. Chegou a vez de abandoná-lo, aos poucos. A nova versão Titanium 1.5 flex (R$ 103.900) transformou o SUV compacto no primeiro modelo convencional a ser equipado no Brasil com pneus run flat, capazes de rodar mesmo furados.

Até então, essa opção se restringia a carro das marcas Audi, BMW, Mercedes e Porsche. "Adotar o run flat era a melhor solução", diz Gilberto Geri, gerente de engenharia da Ford. O EcoSport não oferece espaço para instalar o estepe em um local que não seja a tampa traseira. Os pneus fornecidos pela Michelin têm laterais mais rígidas, que suportam o peso do carro mesmo vazios. Marcelo Capella, gerente técnico da Michelin, diz que é possível rodar por 80 quilômetros a velocidades de até 80 km/h com o pneu run flat furado. O reparo pode ser feito em qualquer borracharia, desde que não haja um dano que comprometa a estrutura, como rasgos laterais. A roda teve de ser modificada. Há uma elevação nas bordas para segurar a borracha no aro - sem isso, o run flat poderia se desprender. A Ford promoveu testes com o novo pneu em seu campo de provas, na cidade de Tatuí (141 km de São Paulo).

O comportamento do EcoSport Titanium foi avaliado em slalom (desvios rápidos em zigue-zague, entre cones) e curvas acentuadas. O funcionário da Ford usou uma furadeira para abrir o buraco de dois centímetros de diâmetro no pneu traseiro direito do EcoSport. O ar escapou imediatamente, mas o run flat apenas cedeu um pouco, como se estivesse com baixa pressão.

AO VOLANTE

O furo não prejudicou a dirigibilidade. Sentia-se a carroceria inclinar um pouco mais para a direita nos trechos sinuosos, movimento corrigido pelo controle de estabilidade. Geri diz que o motorista poderia perder o controle do carro caso fosse um pneu convencional que estivesse furado. Ele explica que é mais fácil o motorista perceber que há algo errado quando o problema ocorre em um pneu dianteiro. Nesse caso, a direção trepida e o veículo tende a "puxar" para o lado em que está o pneu furado.

O EcoSport ficou menos confortável com os novos pneus: por serem mais rígidos, fazem o carro vibrar ao passar por trechos de asfalto ruim. Outra desvantagem é o preço. Cada Michelin run flat usado no modelo Ford custa R$ 899, enquanto a opção convencional é vendida por R$ 663 nas concessionárias da marca. Por enquanto, apenas a versão Titanium 1.5 flex (137 cv) será equipada com os pneus que podem rodar furados. As outras opções do EcoSport - que custa a partir de R$ 79 mil - mantêm o estepe na tampa traseira.
 
BRUTO DE LUXO
Versão Diamond, do SW4 disfarça ar de jipão com itens de conforto

 
O Toyota Hilux SW4 é famoso por ser um jipão bruto. Tem motor a diesel, tração nas quatro rodas e um preço muito alto, mas faltava um toque de requinte. Ele veio com a versão Diamond lançada no ano passado. O primeiro sinal de que a versão tenta ser exclusiva vem logo ao pegar a chave. Ela é branca com detalhes dourados, um diferencial, quando essa peça normalmente é preta. No visual, se nota as rodas 18" com desenhos exclusivos, apliques nos para-choques e o nome da versão colada na tampa traseira.

Ao entrar, dá para ver o couro bege nos revestimentos de bancos, portas e parte do painel. Detalhes repetem o mesmo dourado da chave presencial. Além disso, de diferente da versão SRX (R$ 259.560), a Diamond traz assentos ventilados, som da JBL com dez alto-falantes e o valor de R$ 10.814 a mais na etiqueta de preço. A Toyota Hilux SW4 Diamond custa salgados R$ 270.374. Em dias quentes os bancos ventilados podem fazer a diferença no conforto de um carro que se propõe ao luxo. O ar-condicionado digital com saídas e controles independentes para os bancos traseiros dá conta do recado de manter a cabine na temperatura escolhida. O acabamento tem visual sofisticado, mas de perto se vê que a qualidade é apenas razoável. Os plásticos escolhidos são mais simples do que outros carros da faixa de preço. Vale lembrar que o modelo é derivado de um utilitário projetado para o trabalho, a picape Hilux.

LUXO NA TRILHA

O que também não deixa esquecer a brutalidade do Toyota é o conjunto mecânico. O quatro cilindros 2.8 turbodiesel gera 177 cv e 45,9 kgfm de torque e movimenta um câmbio automático convencional de seis marchas com tração 4x4 e reduzida. Há também bloqueio de diferencial e freio automático para descidas íngremes. Dá para levar esse luxo e fazer uma trilha.
 
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