18/07/2024 às 13h40min - Atualizada em 18/07/2024 às 13h40min
A mosca azul
Por Gustavo Hoffay, agente social
Não é difícil a qualquer cidadão mais atento, aqui ou em qualquer outro lugar do nosso país, o quanto nesta época de ano de eleições políticas a maioria dos candidatos a vereador se enxerga dividida em atender às demandas populares e a chamada de partidos diversos para a definição de suas respectivas candidaturas.
Pessoalmente entendo que candidatos a pré-candidatos têm alguma dificuldade em escolher o partido pelo qual concorrerão ou seja: o palco sobre o qual se apresentarão aos eleitores e o que terão por pano de fundo para terem realçadas as suas campanhas rumo ao píncaro do legislativo municipal. O que, quando, como e onde fazer bem-feito para que a campanha resulte em vitória, eis a grande questão! Mas de uma coisa todos os interessados em obter o honroso diploma de vereador têm certeza: o caminho até lá não é nem um pouco fácil.
Embora o palco, a peça, os atores, figurantes e diretores ainda não estejam definidos, a rigor apenas o nome da peça já o foi, “Eleições 2024”, a qual exigirá de cada ator/atriz um grande preparo físico e mental para os seus atos e cenas. E da maneira de um voo bem planejado, os candidatos deverão partir sem pressa, sem afoito e no momento oportuno rumo ao acalentado horizonte: o “gran finale”.
E é claro, aliás legítimo e compreensível, que a grande totalidade dos eleitores aspiram por uma disputa limpa e que as intenções dos candidatos sejam nobres e elevadas. Mas, modestamente, faço aqui um alerta para qualquer dos candidatos à vereança: deixem, sim, as suas precauções excederem as suas ambições e muito cuidado com a mosca azul, aquela que pica não poucos que buscam prestígio na vida pública ou privada.
É como diziam os mais antigos: cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém! Lembrem-se de que aquilo o que prometerem em campanha, será cobrado com juros pelos eleitores e o que significa que há de ter-se a consciência de que, na vida pública, o santo é de barro e que por isso o andor deve ser conduzido ainda com mais cuidado.
Tempestades de areia irão toldar os olhos daqueles mais impetuosos candidatos, daí a cautela exigir campanhas pé-no-chão: não gastar e não prometer mais do que manda a razão! Sonhar, sim; ambicionar também, é claro, mas sem muita impetuosidade.
Lembro aos futuros candidatos a vereador pela nossa metrópole, que não esqueçam o quanto mesmo antigos fenômenos fulgurantes e que iluminavam o ambiente político de épocas passadas neste Portal do Cerrado, despencaram com fragor de suas alturas e não obtiveram o sucesso esperado na apuração dos votos.
Qualquer candidato e qual seja o resultado das eleições, há que estar pronto para montar o cavalo que estará à sua porta e que, de repente, poderá aparecer selado e bridado; será então o momento de montá-lo e partir rumo à vereança ou para o ócio político.
Mas ainda estamos em época de especulações políticas, mesmo faltando apenas algumas semanas para as eleições, atravessando um tabuleiro de areia movediça e onde as peças ainda não tomaram o seu lugar definitivo. Peças, essas, que se movem tateantes na penumbra enquanto avançam, recuam e deslocam-se procurando abrigo ou modo de atacar e até com tanta impetuosidade que terminam caindo do próprio tabuleiro. Cautela, senhores futuros candidatos.
Se desde já se imaginam donos de um gabinete e de uma poltrona na Câmara Municipal, talvez venham a tornar-se no máximo assessores de alguém que conquistou o que vocês não conseguiram: o lugar mais alto do pódio do legislativo uberlandense.
E que surjam candidatos a vereador nas eleições que se aproximam com verdadeiro espírito público e escaldados pelos exemplos escandalosos de alguns que já ocuparam o cargo de vereador em nossa cidade; que a nova safra de edis uberlandenses venha com muita energia, consciente de suas limitações e sem delírios de modernidades equivocadas para o exercício de um cargo tão nobre, que traga em suas veias o vetor do caminho a tomar para que Uberlândia continue progredindo econômica e socialmente, de maneira a continuar na vanguarda dos mais importantes municípios brasileiros.
*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.