As fraturas de quadril representam uma séria ameaça à saúde dos idosos. Estudos recentes demonstram que, para idosos, uma fratura do fêmur proximal pode ser mais mortal do que muitos tipos de câncer. A recuperação dessas lesões é muitas vezes difícil, afetando drasticamente a capacidade de viver de forma independente e a qualidade de vida.
A gravidade das fraturas de quadril
De acordo com um estudo que analisou os dados de quase 100.000 adultos com mais de 65 anos, revelou-se que menos de um terço dos homens e cerca de metade das mulheres sobreviveram cinco anos após uma fratura de quadril. Isso compara desfavoravelmente com a taxa de sobrevida de cinco anos para cânceres comuns, como câncer de próstata e câncer de mama, que são 94% e 89%, respectivamente.
Fatores contribuintes
As fraturas de quadril são principalmente causadas por quedas, sendo 95% dessas fraturas resultantes de quedas laterais. As mulheres são especialmente vulneráveis devido à maior prevalência de osteoporose—uma condição que enfraquece os ossos, tornando-os mais suscetíveis a fraturas. De fato, as mulheres são três vezes mais propensas a sofrer fraturas de quadril do que os homens.
Osteoporose: o inimigo silencioso
A osteoporose é uma doença óssea caracterizada pela redução da densidade óssea e pela deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, levando a ossos frágeis e ao aumento do risco de fraturas. As causas da osteoporose incluem fatores genéticos, envelhecimento, deficiência de cálcio e vitamina D, sedentarismo e uso de certos medicamentos.
A prevenção e o tratamento da osteoporose incluem:
- Exercício físico regular: Atividades como caminhadas, dança, e exercícios de resistência ajudam a fortalecer os ossos.
- Dieta rica em cálcio e vitamina D: Alimentos como laticínios, peixes gordurosos, e vegetais folhosos verdes são essenciais.
- Medicamentos prescritos: Bisfosfonatos, por exemplo, podem ser usados para aumentar a densidade óssea.
- Estilo de vida saudável: Evitar tabaco e consumo excessivo de álcool.
Intervenções pós-fraturas
O tratamento imediato e eficaz é crucial, especialmente dentro do primeiro mês após a fratura, um período crítico para a sobrevivência. A reabilitação intensiva é fundamental para restaurar a mobilidade e independência do paciente.
Além disso, intervenções em casa são essenciais para prevenir novas quedas, seguindo orientações do CDC, como:
- Instalação de barras de apoio: Em locais como banheiros e ao lado do vaso sanitário.
- Remoção de riscos de tropeço: Tapetes soltos e fios elétricos devem ser fixados ou retirados.
O impacto na qualidade de vida
Fraturas de quadril não afetam apenas a sobrevivência do idoso, mas também sua qualidade de vida. Muitas vezes, os idosos que sofrem essas fraturas encontram dificuldades em executar tarefas diárias básicas sem assistência, levando a uma perda de independência. Isso pode resultar em necessidade de cuidados de longo prazo, seja por familiares ou em instituições, e em isolamento social, depressão e uma qualidade de vida diminuída.
As estatísticas falam por si
Mais de 200.000 brasileiros são hospitalizados a cada ano com fraturas de quadril! Este número alarmante destaca a urgência de medidas preventivas e de tratamento. Um estudo recente no JBMR Plus, baseado em dados de saúde de Ontário, Canadá, enfatiza que, mesmo em países desenvolvidos, as taxas de mortalidade são alarmantes, especialmente para os mais velhos, com mais de 85 anos, que mostram os piores prognósticos.
A fratura do quadril em idosos é uma condição séria, muitas vezes com prognósticos piores do que várias formas comuns de câncer. A prevenção é a chave, com um foco em abordar a osteoporose, promover ambientes seguros para evitar quedas e garantir tratamento imediato e reabilitação para aqueles que sofrem fraturas. Isso não apenas pode aumentar a taxa de sobrevivência, mas também melhorar significativamente a qualidade de vida dos idosos.
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