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17/11/2023 às 08h00min - Atualizada em 17/11/2023 às 08h00min

Poemas

WILLIAM H STUTZ
Hoje amanheci poesia.  Lembrei de tantas passadas e da importância de cada uma em minha vida. Compartilho com você um quase “Meu diário” em poemas e notas. Algumas são inéditas, outras nem tanto. Algumas já publicadas, outras, bom, outras não seriam nunca, resolvido me abro sem medo.

Plantio 
Quisera eu entender das gentes, pois olhe colhi viçosas mudas de grama nascidas em brita, pedra seca e rude grama cuiabana plantei em chão fértil, fofa terra de cultura. Morreram todas. Tem gente que é assim, árida. 

Poema para uma poesia 
As pedras têm o curioso hábito de permanecerem caladas. Pacto. São cúmplices de momentos únicos Sempre fechadas em si mesmas. Confidentes. Não se oculta segredos das pedras, compartilha.

Força da amiga
Canto dos pássaros brisa calma, mar perfeito lindas luas noites frias Lareira acesa - vinho a aquecer. Sem amigos - qual a graça - nada disso poderia acontecer. 

Sistema 
Hoje pensei no computador, tenho praticado. A ideia vem forte, assim à toa até que ele liga, pronto a ideia já é outra Ciberespaço, o que faço? Tristeza.

Melancolia
Lua cheia ontem nasceu amarelo ouro, beleza tensa - imensa - suaviza noite adentro. Solos inflamados de violino em fogo traçam seu musical e celeste caminho seguro. Torna-se clara, mansa, flutua entre estrelas joias. Sempre só – solitária nobreza. Pausa breve, descansa. Lenta busca a proteção do horizonte, melancólica se deita – se faz tarde. Nascerá minguante sedenta agonizante brilho a enfraquecer até se tornar nova, bancos de pedra, úmidas tatuagens a combinar com a trilha escura, outra vez cumprindo sina, se torna crescente como a ter pressa se transforma rapidamente melancólica de tão cheia, reluzente ciclo - aplausos - eternamente.

Saci da Lia 
Sempre envio saci mensageiro com meus poemas. Temporada de bons ventos, vai ligeiro. Vai num pé, volta no mesmo. Pedi tenência, juízo, mas os sacis dos recados são custosos, vontade própria. Hora chega.

Flor de pitanga 
Passo ligeiro, pé de vento. Deixo cheiro - flor de pitanga. Tamanha florada, o chão branco de miúdas pétalas. Cheiro doce, lembra infância, lembra um não sei aflito de vontade de lembrar. As abelhas em zumbida algazarra carreiam pólem dourado, tropel alado. De minha janela, céu ainda lusco-escuro de alvorecer tardio, as vejo no eterno indo sem vir. O chão branco de miúdas pétalas, caminho flor. Passa moça, passa amor. Só não passa, essa fica, latente, constante, indefinida; só não passa essa estranha indescritivelmente vazia dor.

Letras soltas (lapidando) 
Palavras soltas sem razão, sem brisa Palavras longe do cais, sem horizonte, sem vento palavras tolas porque obstinar se nem ao mais puro coração alisa? Palavras escritas sem sentimento, sem vontade, sem emoção simples palavras soltas ao vento. Assim escritas me enchem de medo, apavoram se nem ao mais puro coração alisam, avassaladoramente Minh ‘alma devoram.
 
*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.


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