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07/10/2023 às 08h00min - Atualizada em 07/10/2023 às 08h00min

Comida é remédio: uma recomendação formal da Associação Americana de Cardiologia

JOÃO LUCAS O'CONNELL
Dietas de baixo padrão e inadequadas ​​são um grande obstáculo para alcançar uma população mais saudável nos Estados Unidos e, também, no resto do mundo. Um bom padrão de dieta é um dos pilares fundamentais para uma melhor qualidade de vida e para que tenhamos mais saúde. Além disso, estima-se que 90% dos 4,3 biliões de dólares do custo anual dos cuidados de saúde nos Estados Unidos são gastos em cuidados médicos para doenças crônicas. Para muitas destas doenças, a dieta é um fator de risco importante, pelo que mesmo melhorias modestas na dieta podem ter um impacto significativo na redução do número de obesos, diabéticos e portadores de câncer ou doença cardiovascular. 

Por todo o exposto acima, a Associação Americana de Cardiologia resolveu publicar este mês, em uma das maiores revistas de saúde do mundo, uma orientação bastante simplificada sobre o que deveria ser um padrão alimentar considerado seguro e recomendável e de maneira mais abrangente para toda a população (lembrando que existem as particulares das dietas para desnutridos, para obesos, para pacientes com intolerância a algum tipo de alimento). 

Embora haja uma noção relativamente clara do que constitui uma dieta saudável, a maior parte da população dos EUA (e do Brasil) não ingere alimentos saudáveis ​​condizentes com as diretrizes clínicas recomendadas. Ainda há muita confusão e controvérsia mesmo entre médicos, nutrólogos e nutricionistas quanto a vários aspectos sobre o que seria uma dieta saudável... Jejum intermitente ou dieta fracionada? Óleo vegetal ou banha de porco? Óleo de coco ou de girassol? Ovo é bom ou é vilão? Chia? Berinjela? Chá de casca da banana? Água com limão? Pode carne vermelha ou a branca é melhor? Castanhas, amêndoas e outras oleaginosas – pode ou não? E o vinho e outras bebidas alcoólicas – devemos estimular a sua ingesta? 

Este comunicado da Associação Americana procura estabelecer um roteiro para uma nova iniciativa de pesquisa que aborda estrategicamente as questões pendentes no campo das dúvidas em relação ao que é ou não saudável e custo-efetivo em termos de recomendação. De maneira geral, as recomendações que atualmente são consideradas mandatórias, em termos de dieta para a promoção da saúde vascular pelos especialistas americanos podem ser resumidos assim: 

1. Ajustar a ingestão e o gasto energético para atingir e manter um peso corporal saudável; ou seja, comer apenas o estritamente necessário para a manutenção das funções orgânicas. Todo o excesso será armazenado na forma de gordura. Seja uma maior ingesta de carboidratos, gorduras e até proteínas. 
2. Coma muitas frutas e vegetais; escolha uma grande variedade.
3. Escolha alimentos feitos principalmente com grãos integrais em vez de grãos refinados.
4. Escolha fontes saudáveis ​​de proteína:
a. Principalmente proteínas de plantas (leguminosas e nozes);
b. Peixe e frutos do mar;
c. Produtos lácteos com baixo teor de gordura ou sem gordura em vez de produtos lácteos integrais;
d. Se desejar carne ou aves, escolha cortes magros e evite formas processadas.
5. Use óleos vegetais líquidos em vez de óleos tropicais (coco), ou gorduras animais (por exemplo, manteiga e banha) e gorduras parcialmente hidrogenadas.
6. Escolha alimentos minimamente processados ​​em vez de alimentos ultraprocessados.
7. Minimize a ingestão de bebidas e alimentos com adição de açúcares.
8. Escolha e prepare alimentos com pouco ou nenhum sal.
9. Se você não bebe álcool, não comece; se você optar por beber álcool, limite a ingestão a um mínimo semanal.
10. Siga esta orientação independentemente de onde os alimentos são preparados. 



*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
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