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01/07/2023 às 08h00min - Atualizada em 01/07/2023 às 08h00min

Herpes Zoster: uma afecção dolorosa e debilitante, e seus riscos adicionais

JOÃO LUCAS O'CONNELL
O Herpes Zoster, também popularmente conhecida como cobreiro, é uma doença infecciosa causada por um vírus que vem aumentando sua prevalência no Brasil e no mundo, já tendo atingido milhões de pessoas. De acordo com a OMS, 70% da população já teve contato com o vírus da herpes. O herpes é facilmente transmitido e pode ser adquirido através de contato com lesões da pele ou mucosas de uma pessoa infectada. Ela ocorre por reativação do vírus da varicela-zoster ainda latente no organismo. Pessoas imunodeprimidas e idosos são mais susceptíveis à reativação do vírus no organismo.  

Esta infecção viral se caracteriza pelo desenvolvimento de erupções cutâneas dolorosas e bolhosas em áreas específicas do corpo. Os principais sintomas do herpes incluem dor, formigamento, coceira em um determinado local do corpo (geralmente com distribuição em faixa num mesmo lado do corpo). Após alguns dias, surgem erupções cutâneas que se transformam em vesículas cheias de líquido que se distribuem em faixas ou bandas ao longo de um dermátomo, correspondendo à área de inervação do nervo afetado. A dor incapacitante é uma característica marcante da Herpes Zoster. 

Além do desconforto físico, a Herpes Zoster também pode levar a transtornos emocionais e psicológicos. A dor, que pode durar semanas, e a presença das lesões de pele podem resultar em ansiedade, depressão e dificuldades de sono. A qualidade de vida dos pacientes com Herpes Zoster é prejudicada significativamente, afetando suas atividades diárias, desempenho no trabalho e interações sociais. 

Outra preocupação relacionada à Herpes é o aumento do risco de infecções bacterianas secundárias. As lesões de pele podem servir como porta de entrada para bactérias oportunistas, que podem levar à celulite local. A coexistência destas infecções pode prolongar ainda mais o sofrimento e a recuperação dos doentes. Como se já não bastasse tantos problemas, estudos recentes também sugerem uma associação entre o Herpes Zoster e um aumento no risco de ocorrência de Infarto Agudo do Miocárdio e de Acidente Vascular Cerebral. Pesquisas indicam que a infecção viral da Herpes pode levar a um processo inflamatório sistêmico e à ativação de mecanismos pró-trombóticos, semelhantes ao que discutimos na semana passada (que também acontecem após infecções pelo vírus da Influenza). 

Uma boa notícia em relação a este assunto é o fato de que, atualmente, uma vacina mais eficaz contra o surgimento da doença está disponível no Brasil. Ela pode ser tomada por qualquer indivíduo com mais de 50 anos e é ainda mais indicada para idosos e imunodeprimidos (população sob maior risco da doença). Ela também pode ser usada por quem já teve a doença anteriormente. A vacina atual é formulada com base no vírus vivo atenuado, o que proporciona uma resposta imune mais robusta e duradoura. Ela demonstrou eficácia na prevenção da Herpes Zoster e das neuralgias pós-herpéticas, que são complicações dolorosas que podem persistir após a resolução das lesões cutâneas. Além disso, a vacina pode ajudar a reduzir a incidência da doença, aliviar o sofrimento dos indivíduos afetados, prevenir infecções bacterianas secundárias e diminuir o risco cardiovascular global do indivíduo. Se você tem mais de 50 anos, procure uma clínica de vacinas e atualize as suas possibilidades de proteção. 


*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
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