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10/06/2023 às 08h00min - Atualizada em 10/06/2023 às 08h00min

A pandemia da Obesidade e sua relação com a origem das doenças cardiovasculares

JOÃO LUCAS O'CONNELL
A obesidade é uma condição de saúde que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Ela é caracterizada pelo acúmulo excessivo de peso e de gordura corporal, o que pode levar a uma série de problemas de saúde, como diabetes, doenças cardíacas, hipertensão arterial, dislipidemia, inflamação sistêmica, entre outros.

No Brasil, a obesidade é um problema crescente. De acordo com dados do Ministério da Saúde, mais da metade da população brasileira está acima do peso, sendo que cerca de 20% são considerados obesos. Além disso, a obesidade infantil também é um problema cada vez mais preocupante, afetando cerca de 15% das crianças brasileiras.

A obesidade também é um problema global. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2016, mais de 1,9 bilhão de adultos em todo o mundo estavam acima do peso, sendo que mais de 650 milhões eram obesos. Além disso, a obesidade infantil também é um problema crescente, afetando cerca de 41 milhões de crianças em todo o mundo.

As causas da obesidade são complexas e multifatoriais. Fatores genéticos, ambientais, comportamentais e culturais podem contribuir para o desenvolvimento da obesidade. Além disso, a falta de atividade física e uma dieta rica em alimentos ultraprocessados e açúcares também são fatores de risco para a obesidade.

A obesidade é um fator de risco importante para as doenças cardiovasculares, que são as principais causas de morte em todo o mundo. As doenças cardiovasculares incluem doenças do coração, como a angina e o infarto, e doenças cerebrovasculares, como o acidente vascular cerebral (AVC).

Além de ser, por si só, um fator de risco isolado para a gênese de várias doenças (Diabetes, Infarto, AVC e câncer), a obesidade também leva a uma série de alterações metabólicas e fisiológicas que aumentam o risco de doenças cardiovasculares. Isto acontece porque, além de da elevação de proteínas proteínas pró-inflamatórias e pró-coagulantes na circulação sanguínea, o excesso de gordura corporal pode também levar a um aumento da pressão arterial, do colesterol e dos triglicerídeos no sangue, além de aumentar a resistência à ação da insulina, aumento da resistência arterial e dano ao endotélio vascular provocado, principalmente, pelo estado inflamatório elevado verificado no paciente obeso. Esta maior predisposição dos obesos à ativação de processos inflamatórios ficou bastante evidente durante a pandemia do COVID, aonde milhares de obesos perderam a vida quando contaminados. Por fim, não só o excesso de massa gorda, mas também o padrão alimentar adotado pela maioria dos obesos também está associado a maior risco para a origem de várias doenças.

Para reduzir o risco de doenças cardiovasculares, é importante controlar o peso corporal e manter um estilo de vida saudável. Isso inclui uma dieta saudável, rica em frutas, verduras, legumes e grãos integrais, além da prática regular de atividade física. Além disso, é importante controlar a pressão arterial, o colesterol e o açúcar no sangue, por meio de exames regulares e tratamento adequado, se necessário.

Em resumo, a obesidade é um fator de risco importante para a origem das doenças cardiovasculares, que são as principais causas de morte em todo o mundo. É importante controlar o peso corporal e manter um estilo de vida saudável (principalmente com uma dieta adequada e exercícios físicos regulares) para reduzir o risco de doenças cardiovasculares. O controle dos níveis de glicose, colesterol e pressão arterial (comumente elevados em pacientes obesos) também é fundamental.

A abordagem multidisciplinar do paciente (médico, psicólogo, educador físico, nutricionista) e a implementação de políticas públicas que incentivem a oferta de alimentos saudáveis também é fundamental para o controle da doença a níveis individual e coletivo.

 
*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.


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