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17/12/2022 às 08h00min - Atualizada em 17/12/2022 às 08h00min

A Copa do Mundo e o Coração!

JOÃO LUCA O'CONNELL
Amanhã, teremos a final da 22ª Copa do Mundo de Futebol. Pelo menos um bilhão de pessoas no mundo inteiro acompanharão, simultaneamente, a partida entre França e Argentina, que tentarão seu terceiro título mundial. O Futebol nem é o esporte favorito em muitos países (como nos Estados Unidos, por exemplo). Entretanto, é o esporte mais acompanhado e assistido na grande maioria deles. E a Copa do Mundo é, ao lado das Olimpíadas, um dos maiores eventos esportivos do planeta.
 
Vários aspectos colaboram para o sucesso da Copa! Além desta representatividade global do torneio (que coloca representantes dos quatro cantos do mundo para jogarem entre si), várias outras características ajudaram a chamar a atenção do mundo para este torneio. Dentre os 16 times classificados para a segunda fase, estavam times representando vários continentes: Europa, América (do Sul e do Norte), Ásia, Oceania, África, o que aumentou a universalidade e a divulgação do torneio pelo mundo. Dentre as quatro semifinalistas, 3 diferentes continentes estavam representados. Além disso, o marketing da mídia e da ampla cobertura televisiva (com um show de imagens transmitidas) também ajuda muito...
 
Mas, provavelmente, um dos principais aspectos relacionados ao sucesso histórico da Copa esteja na imprevisibilidade do futebol. Nesta Copa fomos muito testemunhas desta imprevisibilidade. Como imaginar que Alemanha, Bélgica e Espanha se despediriam tão cedo do torneio? Como imaginar que a Arábia Saudita venceria a Argentina, que Camarões e Croácia venceriam o Brasil, que o Japão venceria a Alemanha, que a Tunísia venceria a França? E por aí vai... Foram vários resultados inimagináveis e que adicionam um tempero a mais à disputa. Algo que raramente é visto em torneios de outras modalidades como o tênis, o basquete ou o voleibol, em que o melhor em campo sempre vence. O futebol não é assim. No futebol, David pode vencer Golias e mais: isto pode acontecer no décimo minuto extra, dado pelo juiz, após o fim do segundo tempo. É um jogo imprevisível e, realmente, apaixonante.
 
O torneio da Copa do Mundo é tão envolvente que mexe com as nossas emoções. No dia do jogo e nos dias que antecedem e que sucedem os jogos, os amantes do futebol (e, muitas vezes, mesmo os desinteressados pelo jogo) vivem e revivem várias emoções: a ansiedade da espera, a alegria de encontrar os amigos para assistir aos jogos, a sensação de paixão e patriotismo, a felicidade de assistir aos gols e às vitórias e a decepção e a tristeza após as derrotas e eliminações. É tão verdade, que estudos científicos observacionais já chamaram a atenção para um aumento do número de eventos cardiovasculares (em especial, de Infarto Agudo do Miocárdio) nos dias de jogos das seleções nacionais. Nos países em que a população se envolve mais com o evento (como o Brasil), mais gente tem infarto e mais gente morre nos dias de jogos da Copa do que nos outros dias do ano. Estas emoções aumentam a descarga de adrenalina e de outras substâncias e mediadores químicos que promovem alterações importantes no nosso organismo: aumento dos batimentos cardíacos e da pressão arterial, aumento da contratilidade cardíaca, vasoconstrição de artérias e outros que podem, infelizmente, levar à ocorrência de eventos cardiovasculares.
 
Mas, o que podemos fazer então para nos proteger e continuarmos assistindo a Copa e torcendo energicamente para o nosso país? Para evitar que o estresse emocional interfira de maneira muito maléfica em nosso coração e vasos sanguíneos, o ideal é habituar o organismo a estas oscilações da pressão arterial e da frequência cardíaca. Assim, nada melhor do que seguir os velhos conselhos que recomendam atividade física moderada a intensa regularmente, melhora do condicionamento cardiovascular, respiratório e muscular e cuidados com a alimentação, priorizando alimentos que não levam à maior inflamação sistêmica e dos vasos sanguíneos.
 
Nesta Copa, alguns torcedores e jornalistas acabaram falecendo durante a Copa. O humorista Bussunda comoveu o país, algumas Copas atrás, também falecendo durante o período do torneio. O humorista, aliás, é um bom exemplo, aliás para reforçar que, apesar do risco de um evento desagradável provocado por uma emoção excessiva ser comum a todos nós, ele é muito maior em quem não se cuida... Por isso, mantenha-se saudável! E viva todas as emoções que a Copa traz com intensidade.
 
Eu sou (e sempre serei) um apaixonado pelo torneio. Acho um evento fantástico e procuro acompanhá-lo ao máximo. E, amanhã, verei o mundo se curvar ao segundo maior jogador de futebol de toda a história. Vou ver o argentino Messi levar a Argentina a conquistar a sua terceira estrela. Para quem é adepto da meritocracia, nada mais justo do que ver isto acontecer para consagrar a carreira deste grande jogador. Boa final de Copa pra você!



*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
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