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03/12/2022 às 08h00min - Atualizada em 03/12/2022 às 08h00min

O segredo da felicidade, segundo Harvard

JOÃO LUCAS O'CONNELL

Estamos vivendo dias difíceis no Brasil. Apesar das alegrias e bons momentos trazidos pela Copa do Mundo, muitos brasileiros não estão conseguindo se divertir e curtir o momento, pois ainda estão muito decepcionados com o resultado das eleições presidenciais. Milhões de brasileiros passaram o último mês muito tristes e estressados. O fato é que, muitas vezes, muitos de nós, especialmente os latinos, condicionamos a nossa felicidade a algum evento futuro ou a algum objetivo a ser atingido: Só serei feliz quando eu conseguir passar no vestibular... Quando eu me formar... Quando eu conseguir comprar aquele carro ou aquela casa dos sonhos.

 

Outras vezes, condicionamos a nossa felicidade até a um fator externo e que, muitas vezes, nem depende de nós e da nossa competência pessoal ou profissional: Só serei feliz quando eu conseguir ganhar na Mega Sena. Só serei feliz se o candidato que escolhi for eleito para presidente... Este tipo de condicionamento da mente nos é imposto pela Sociedade (e muitas vezes pelos nossos pais e familiares) desde muito cedo na vida. Aprendemos a pensar assim com nossos pais, familiares, amigos e professores da escola. 

 

A sabedoria popular diz que se nos empenharmos na vida, teremos sucesso. E que, se tivermos sucesso, então poderemos ser felizes. Desde muito cedo, aprendemos que se pudéssemos encontrar aquele emprego dos sonhos, conseguir uma promoção no trabalho, perder aqueles três quilos, a felicidade viria... Mas descobertas recentes no campo da psicologia positiva têm demonstrado que essa fórmula funciona na verdade de maneira inversa: é a felicidade que impulsiona o sucesso, e não o contrário. Quando somos positivos, o nosso cérebro se envolve mais, torna-se mais criativo, motivado, energizado e produtivo no trabalho. Este não é um simples mantra vazio. A descoberta foi repetidamente comprovada por rigorosas pesquisas nos campos da psicologia e da neurociência, estudos de gestão e resultados financeiros de organizações ao redor do mundo. 

 

A felicidade é um conceito abstrato, subjetivo e difícil de definir. Alguns dizem que a felicidade resultaria de uma equação entre o que conseguimos atingir em nossa vida sobre as expectativas que temos da vida em relação a ela (felicidade = atingido / expectativa). Assim, quanto mais almejamos em termos de objetivos pessoais, mais difícil fica atingir a meta de ser feliz. Alguns professores famosos do Departamento de Psicologia de Harvard defendem que a felicidade e a alegria não são parte da genética do indivíduo e que podemos ser treinados para nos sentirmos mais felizes. Segundo um dos seguidores do positivismo da escola de Harvard, o professor Tal Bem-Shahar (autor do livro Being Happy), não é preciso ser perfeito para levar uma vida mais rica e mais feliz. O segredo parece depender de vários fatores como, por exemplo, uma maior aceitação em relação a acontecimentos desagradáveis (que fogem ao nosso controle) e deixar de lado as nossas expectativas de perfeccionismo. Afinal, é precisamente a expectativa de sermos perfeitamente mais felizes é que nos faz menos felizes. 

 

De maneira simples e sucinta, os positivistas da “filosofia Harvard” sugerem que, para sermos mais felizes, deveríamos tentar treinar a nossa mente diariamente e buscarmos repetidamente tomar algumas atitudes importantes. Conselhos da filosofia de Harvard para a busca da felicidade: 

 
  1. Perdoe seus fracassos. E mais: comemore-os. É impossível viver sem emoções negativas e eventos desagradáveis. Elas fazem parte da vida, assim como os momentos bons. Quanto mais rápido assimilarmos os golpes naturais da vida, mais próximos estaremos da felicidade (ou, pelo menos, longe da frustração). 
  2. Não veja as coisas boas como garantidas. Mas, seja muito grato por elas. Agradeça diariamente por tudo que você tem e por tudo que aconteceu de bom no seu dia. 
  3. Faça atividade física. Pelo menos, 150 minutos por semana. O exercício ajuda na produção de hormônios e outras substâncias que mitigam a dor e geram prazer ao cérebro. 
  4. Simplifique as coisas. Torne as coisas mais simples. Evite dramas. No lazer, no trabalho e nas relações com as pessoas! Evite brigas, polêmicas e desgastes. 
  5. Aprenda a meditar. Este simples hábito, combate o estresse e aproxima o cérebro do que é saudável e do que é bom de viver. 
  6. Treine uma nova habilidade: a resiliência. A felicidade depende muito mais de nosso estado mental e do nosso condicionamento de responder de maneira calma e positiva aos eventos desagradáveis da vida do que de qualquer outra coisa. A maioria dos pacientes depressivos atribuem seus fracassos a eles próprios e o sucesso a situações externas. Enquanto pessoas positivas tendem a pendurar-se as medalhas no peito, atribuindo seus problemas e causas externas e fora do seu próprio controle. Assim, o mais sábio é aceitar a frustração e se preparar para a próxima surpresa da vida, que pode ser muito positiva!
 
*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não
representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.



 

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