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24/09/2022 às 08h00min - Atualizada em 24/09/2022 às 08h00min

Setembro: Mês Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma

TÚLIO MENDHES
Oi minha gente... Sem delongas, você sabe o que é o retinoblastoma?
 
Pois bem... é uma “coisa” que exige extrema atenção. Em outras palavras, retinoblastoma é um tumor maligno raro originário das células da retina – parte do olho responsável pela visão – afetando um ou ambos os olhos. É o tumor primário mais comum no olho de crianças e tende a ocorrer no início da infância ou em lactentes e pode estar presente ao nascimento.
 
O retinoblastoma também é a forma de câncer no olho mais comum na infância, em cada 20 mil crianças nascidas, uma desenvolve a doença. Vale destacar que retinoblastoma eventualmente formam um tumor e geralmente se espalham dentro e ao redor do olho. Contudo ele também pode se espalhar para outras partes do corpo, incluindo o cérebro e a coluna.
 
Bom... no último dia (18), exatamente há dez anos, foi instituída a Lei nº 12.637/2.012, com o objetivo exclusivo em alertar todo mundo sobre a importância da detecção precoce do retinoblastoma, fator indispensável para garantir bons resultados no tratamento.
 
Até aqui tudo certo, né?!
 
Muito bem... por dois segundinhos feche os olhos e mentalmente visualize a presença do ex-apresentador do Globo Repórter e ouça sua voz inconfundível do jornalista Sérgio Chapelin perguntando: “Retinoblastoma quem são, onde vivem, de que se alimentam?”.
 
Pois eeeeé... deu certo, não deu? Eu sabia kkkk... Então seguindo a mesma máxima, ouça (metalmente, por favor hein):
 
Quais os sintomas? Diagnóstico, tratamento? Descubra agora no Glob (ops)... aqui no Inclusive do Mega Minas!
 
SINTOMAS
O principal sintoma do retinoblastoma é a leucocoria, que é um reflexo branco na pupila, conhecido como sinal do olho de gato. Essa mancha esbranquiçada indica que uma fonte luminosa está incidindo sobre a superfície do tumor e impede a passagem de luz.
 
A leucocoria está presente em 90% dos casos diagnosticados. Sem a passagem de luz, as vias óticas para o centro da visão, no cérebro, não se desenvolvem e atrofiam. Muitas vezes, esse reflexo branco só pode notado sob luz artificial, ou seja, quando a pupila está dilatada, ou quando o flash bate sobre os olhos ao tirar uma fotografia.
 
Em olhos saudáveis, esse reflexo é sempre vermelho. Importante saber que ao investigarmos algum distúrbio, outros sintomas também podem aparecer como inflamações, dor ocular, baixa visão, estrabismo, conjuntivite, vermelhidão ou deformação do globo ocular.
 
Tudo certinho até aqui, né? Ótimo!
 
Então continuemos... primeiro, ressaltando que apesar de o principal sintoma ser a leucocoria, o seu aparecimento significa que a doença já está em estágio avançado e as chances de salvar o olho da criança serão menores. Antes disso, a criança já pode apresentar como sintoma sensibilidade à luz (fotofobia) ou um desvio ocular, por exemplo, estrabismo.
 
Por isso, é extremamente importante que, ao percebermos qualquer anormalidade nos olhos dos nossos filhos, sobrinhos, netos, afilhados, fofuxos, guti-guti, nossos amorzinhos... DEVEMOS procurar um médico o quanto antes. Afinal, o diagnóstico precoce possibilita o tratamento adequado e aumenta as possibilidades de preservar a visão e a vida da criança acometida pela doença.
 
E falando em DIAGNÓSTICO:
O diagnóstico precoce do retinoblastoma é pré-requisito básico para o sucesso do tratamento. Ele pode ser realizado pelo neonatologista ainda na maternidade, ou nos exames de rotina pelo oftalmologista nos primeiros anos de vida da criança, utilizando o Teste do Reflexo Vermelho. O levantamento do histórico familiar, o exame de fundo do olho e o ultrassom fornecem elementos importantes para confirmar o diagnóstico.
 
O teste do olhinho deve ser realizado logo após o nascimento do bebê e periodicamente até os cinco anos, faixa etária mais atingida pela doença. O teste é simples e pode detectar qualquer alteração visual, levantando a suspeita da existência de um tumor, que pode ser confirmado pelo exame de fundo de olho. Além do retinoblastoma, o exame pode detectar outras doenças, como catarata e glaucoma congênito, cuja identificação precoce possibilita o tratamento no tempo adequado.
 
TRATAMENTO
O tratamento depende de cada caso e a necessidade de cirurgia deve ser avaliada pelo oftalmologista. Nem todos os casos são cirúrgicos e alguns podem ser apenas acompanhados juntamente com uma abordagem clínica, que envolve quimioterapia, tampões, colírios etc. O período entre o diagnóstico e o tratamento é fundamental para garantir uma melhor qualidade de vida para o paciente.
 
Por ser o tumor mais comum na infância, especialmente entre os recém-nascidos, o quanto mais cedo a doença for descoberta, melhores são as chances de que o bebê não venha a acumular prejuízos que afetem sua visão pelo resto da vida.
 
Na maioria dos casos, o retinoblastoma é uma doença curável. A quimioterapia, a radioterapia e o tratamento oftalmológico e a laser têm mostrado bons resultados. Em alguns casos, infelizmente, é preciso recorrer à enucleação, isto é, um procedimento cirúrgico que consiste na remoção do conjunto formado pelo globo ocular, conjuntiva, terceira pálpebra e as margens palpebrais.
 
RECOMENDAÇÕES
É essencial detectar o quanto antes a doença, não só para que o câncer seja curado, mas também para preservar o olho e a visão da criança.
 
Procure saber se seu filho passou por uma avaliação oftalmológica que inclui o Teste do Olho Vermelho na maternidade. Se não passou, procure um oftalmologista para realizá-la, quando ele é ainda um bebê.
 
Leve novamente a criança ao oftalmologista para uma reavaliação, antes dos três anos, ou quando notar alterações como olhos vermelhos, reflexos brancos na pupila, sinais de estrabismo, por exemplo.
 
Verifique se há outros casos de retinoblastoma na família. Se houver, vale a pena consultar um especialista em doenças genéticas hereditárias sobre a possibilidade de o retinoblastoma afetar outros membros da família.
 
Por hoje é isso. Até logo
 

*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
 
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