Augusto César, emancipador de uberabinha Augusto César Ferreira e Souza foi o deputado provincial, representante do Triângulo, que conseguiu a emancipação do município de Uberabinha e a sua elevação a comarca. Fim do seu mandato mudou-se para cá, nomeado promotor, mas não tomou posse. Instalou banca de advogado e candidatou-se à primeira Câmara Municipal, foi eleito e escolhido por seus pares para ser o Agente Executivo, ou seja, aquele que executava as decisões da Câmara. Antigamente era assim que se escolhia o administrador do município. Os primeiros vereadores, além do Augusto César, foram: padre Pio Dantas Barbosa, Arlindo Teixeira, José Inácio Rodrigues, Manoel Alves dos Santos, Antônio Alves Pereira, José Joaquim Coelho, José Teófilo Carneiro, Antônio Justino da Rocha, Antônio Maximiano Ferreira Pinto, José de Lélis França e Eduardo José Bernardes.
Não era daqui, era de Três Pontas, onde nasceu a 24 de maio de 1845, filho de João Batista Ferreira e Souza e Urbana Carolina Branquinho.
Morou algum tempo em Franca onde iniciou atividades no magistério e alistou-se nas forças que seguiam para a guerra contra o Paraguai, na coluna que passou por Uberaba e Santa Maria (Miraporanga).
Foi jornalista escrevendo para vários jornais do interior e de algumas capitais a partir de 1862, portanto, muito jovem. Foi nomeado várias vezes oficial da Guarda Nacional, recusando todas essas distinções.
Foi suplente de Juiz em Sacramento, cidade onde iniciou sua vida política, no Partido Conservador, primeiramente como Vereador e, logo, como Agente Executivo. Eleito deputado provincial em 1888 pelo 15o Distrito, foi o defensor em plenário das pretensões de emancipação de São Pedro de Uberabinha.
Sua obra, nos três anos de mandato, foi muito boa.
Organizou o Código Tributário Municipal, fez o Regimento Interno da Câmara e o Regulamento da Instrução Pública Municipal. Sob sua orientação a Câmara elaborou Leis importantes que ajudaram o desenvolvimento do município.
Um dos aspectos que mais exigiram sua atenção foi a instrução pública. Criou escolas na zona rural, geralmente em locais de maior concentração populacional.
No setor de transportes, embora ainda não existissem veículos motorizados, ele levantou traçados de estradas para carros de bois, comitivas, tropas e boiadas dentro do município. Pediu à Câmara que estudasse a possibilidade de abertura de estradas intermunicipais objetivando chegar ao rio Paranaíba, no Porto São Jerônimo e no Canal de São Simão, região de intensa produção agrícola e que interessava muito ao comércio de Uberabinha.
Estimulou a produção de café e de cana de açúcar solicitando à Câmara a instituição de prêmio produtividade para os melhores produtores.
Cuidou também do abastecimento de água, ampliando a distribuição que, à época, ainda era feita por valos que cortavam a cidade e bicas onde a população se abastecia.
Faleceu em Araguari em 9 de novembro de 1908.
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