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09/07/2022 às 08h00min - Atualizada em 09/07/2022 às 08h00min

As doenças mais mortais da história

JOÃO LUCAS O'CONNELL

Nos últimos dois anos, vivemos uma experiência muito desagradável no Brasil e no mundo. Uma doença até então inexistente, e que chegou no final de 2019, trouxe milhares de mortes no Brasil e milhões de outras vítimas ao redor do mundo. A covid-19 matou, até aqui, pelo menos 670.000 brasileiros e mais de 6 milhões de pessoas mundo afora. Mas, apesar de todo o mal que a pandemia da covid trouxe à Sociedade (não só pelas vítimas fatais, mas também pelas sequelas experimentadas por outros pacientes e pelas outras consequências econômicas e psicológicas trazidas por ela), várias outras doenças foram tão ou mais mortais que a covid ao longo da história da humanidade. 

 

Sabemos que os números oficiais não refletem exatamente quantas pessoas foram mortas pela covid pois muitos casos não foram devidamente notificados. Assim, o número exato de mortos foi, provavelmente, muito maior. Infelizmente, pela falta de registros oficiais, não se consegue saber o real número de vítimas para a grande maioria das outras doenças que assolaram a humanidade nos últimos milhares de anos. 

 

Até o início do século XX, as doenças infecciosas eram as que mais aterrorizavam a sociedade. A maior possibilidade de óbito para quem viveu até 1900, era que fosse em decorrência de uma doença infecciosa. Milhões e milhões de pacientes já perderam suas vidas devido a doenças provocadas por vírus, bactérias, protozoários, fungos e outros microorganismos que invadem o corpo humano e provocam inflamações importantes que vão culminar com a morte (assim como a covid). A desnutrição e as más condições de higiene, em que a grande maioria da população estava exposta, formavam o cenário ideal e propiciou a liderança das doenças transmissíveis como a principal causa de óbito no mundo, desde o início das sociedades organizadas até poucas dezenas de anos atrás. As causas externas (a maioria causadas por ferimentos de combates e de guerras) também foram muito importantes causas de óbito, especialmente durante a Idade Média e durante as grandes Guerras Mundiais. Entretanto, nos últimos 100 anos, as doenças cardiovasculares e as neoplasias (os cânceres) têm aumentado progressivamente a sua participação e assumiram a liderança como as duas principais causas de morte. 

 

Dentre as principais causas de óbito por doenças infecciosas, algumas merecem destaque por sua importância histórica. Dentre as que foram mais destrutíveis, poderíamos citar: a varíola, o sarampo, a malária, a tuberculose, a AIDS, o tifo, a peste negra (ou peste bubônica) e a gripe espanhola. Surtos de varíola, por exemplo, surgiram em diversos momentos da história da humanidade ao longo dos últimos 10.000 anos. Foram tantos surtos e tantas mortes, que não se consegue saber, ao certo, quantas pessoas foram mortas por esta doença. Com certeza, milhões de pessoas já perderam suas vidas. A doença estava erradicada até o ano passado. Entretanto, uma forma mais benigna (com mortalidade estimada menor), mas que deixa muitas sequelas e marcas na pele foi recém descrita na Europa e está chegando ao Brasil (a varíola “dos macacos”). 

 

As doenças cardiovasculares (em especial, o infarto agudo do miocárdio e o acidente vascular cerebral) são as duas doenças que mais mataram pessoas ao longo dos últimos 100 anos. Isto tanto no Brasil, como no mundo. Dentre o grupo de doenças cardiovasculares, podemos citar também a hipertensão arterial, a insuficiência cardíaca, as arritmias e outras). Estas doenças vêm ganhando cada vez mais destaque devido ao envelhecimento da população (os idosos são mais propensos infarto e ao AVC) e ao crescente número de fatores de risco predisponentes para a ocorrência do AVC dentre a população (Diabetes, Hipertensão Arterial, tabagismo, colesterol elevado, dieta inadequada, sedentarismo, estresse emocional, obesidade e outros). 

Além das doenças cardiovasculares, outras causas devem ser lembradas como algumas das que mais matam nos dias de hoje: o câncer, as causas externas (acidentes automobilísticos, perfurações por arma de fogo ou arma branca), o Diabetes, as Demências (Senil e Alzheimer). As doenças infecciosas continuam importantes e matando muito também. Em especial, podemos citar: as pneumonias e gastroenterites (especialmente em idosos e crianças), a covid, a AIDS, a tuberculose e a malária. 

 

Como vimos, a vida é frágil. Estamos todos sujeitos a morrer por causas infecciosas, cardiovasculares, cânceres ou acidentes. Entretanto, cultivar hábitos de vida saudáveis pode ajudar a evitar a grande maioria destas doenças, inclusive a morte por acidentes, que estão muito relacionados ao consumo excessivo de álcool e ao envolvimento com práticas ilícitas (mortes por armas de fogo e armas brancas). 

*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.

 

 
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