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13/11/2021 às 08h00min - Atualizada em 13/11/2021 às 08h00min

Você sabe o que é TDAH? Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade

TÚLIO MENDHES

A falta de atenção e a hiperatividade tornou-se um dos principais problemas identificados nas escolas atualmente. É comum ouvirmos relatos de crianças que têm dificuldade de se concentrar, de se organizar e de parecer mais agitadas do que o “normal”. Geralmente os meninos apresentam mais sintomas de hiperatividade e impulsividade, mas as meninas com TDAH também são desatentas. Na adolescência, o transtorno se manifesta pelas dificuldades em lidar com regras e limites.

 

O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) representa um dos temas mais pesquisados em crianças com idade escolar. Pois se manifesta, geralmente, antes dos sete anos de idade, e pode persistir até a vida adulta. Para um diagnóstico mais bem executado, é necessário que o paciente apresente, no mínimo, seis sintomas de desatenção e/ou hiperatividade que acarretam prejuízos significativos ao funcionamento social, acadêmico ou ocupacional.

 

Os sintomas em crianças e adolescentes manifestam-se comumente através de problemas como dificuldade para prender a atenção em tarefas ou atividades lúdicas, incapacidade de ficar parados, aparentam não ouvir quando falam diretamente com elas, responder impulsivamente, apresentar dificuldades para esperar, não seguir instruções, desviar o foco, esquecer as atividades diárias etc. 

 

Entre os sintomas, três tipos se destacam ao fechamento do diagnóstico de TDAH, são eles: dificuldade de atenção, alta impulsividade ou desinibição e alta atividade ou hiperatividade. O Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade é um diagnóstico que necessita de acompanhamento especializado, uma vez que causa dificuldades no ambiente escolar, no trabalho e afeta negativamente o relacionamento intra e interpessoal. 

 

Na vida adulta surgem problemas como a desatenção, falta de memória e impulsividade. Muitos adultos com TDAH têm outros problemas associados, como abuso de drogas, álcool, ansiedade e depressão. Lembrando que alguns sintomas semelhantes aos do TDAH podem ser indicativos de outras condições, por exemplo, o Transtorno Opositivo Desafiador (TOD), Transtorno de Ansiedade (TA), Transtorno Bipolar (TB), ENTRE OUTROS.

 

A propósito sobre essa questão, o Senado aprovou, na última segunda-feira (9), um projeto de lei que obriga o poder público oferecer um programa de diagnóstico e tratamento precoce a alunos da educação básica diagnosticados com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), dislexia ou qualquer outro transtorno de aprendizagem. Afinal, se não forem diagnosticados e tratados tempestivamente pode-se acarretar outras consequências que se avolumam, além de provocar um fraco e limitado desempenho escolar, quando não a evasão e o abandono, prejudicando a qualidade de vida dos alunos num todo, potencializando depressão desde cedo e culminando para a impossibilidade de acesso ao mercado de trabalho, aos relacionamentos sociais, acadêmicos etc. 

 

Para crianças em idade pré-escolar, com menos de 6 anos, recomenda-se como primeira linha de tratamento, o acompanhamento com terapia comportamental, o treinamento dos pais, administração de medicação, apenas para os casos graves, quando a criança se coloca em risco de vida e se a terapia comportamental for ineficaz e os problemas persistirem.

 

Além disso, também pode ser incluída a prática de atividades físicas, proporcionar atividades que acalmam e acomodam, em outras palavras, evitar o contato em ambientes muito movimentados como shoppings, parques e eventos de grandes proporções. 

 

Conclusão: o TDAH é um transtorno multifatorial e explicado a partir da interação neurobiológica e ambiental. Ressaltando que qualquer pessoa pode enfrentar momentos de maior desatenção ou agitação como resposta a um ambiente estressante, pouco acolhedor, ou que exija mais do que ela consiga desempenhar. Por fim, diagnosticado e tratado o TDAH controlando os sintomas e preservando o psicológico, tanto emocional quanto o social, fica mais difícil minar a autoestima da pessoa, pois o processo de evolução é capaz de ser alimentado com forças para lidar com as turbulências familiares e psicossociais. No dia a dia clínico a informação e conhecimento devem ser a base do tratamento. Uma exposição sobre prós e contras pode fomentar uma discussão clara entre a família e os profissionais. Ademais, permite escolhas conscientes sobre o rumo do melhor tratamento.

 

Até a próxima!


*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.




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