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23/10/2021 às 08h00min - Atualizada em 23/10/2021 às 08h00min

Quando o assunto é Dengue, prevenir nunca é demais

TÚLIO MENDHES
 Infelizmente ainda não estamos totalmente imunizados contra a Covid-19, que a propósito nos obrigou a seguir rígidos protocolos de cuidados. Contudo, outras doenças também merecem atenção quanto à prevenção para evitar uma epidemia, por exemplo, dengue, zika e chikungunya.  
 
Mas afinal, o que é a dengue? Bom, trata-se de uma doença febril aguda sistêmica de origem viral. Nos últimos 50 anos, o número de casos de dengue no mundo tem aumentado dramaticamente. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 4 bilhões de pessoas estejam vivendo em áreas com risco de infecção pela doença. Anualmente, 390 milhões de casos são registrados no mundo, dos quais 96 milhões se manifestam clinicamente. A dengue afeta 128 países e é considerada uma doença negligenciada pela OMS.
 
Qual a forma de contágio? Pois bem... o vírus é transmitido pela picada de mosquitos da espécie Aedes que também são responsáveis pela transmissão da chikungunya, febre amarela e Zika. Após picar uma pessoa infectada com um dos quatro sorotipos do vírus, a fêmea pode transmitir o vírus para outras pessoas. Há registro de transmissão por transfusão sanguínea. Não há transmissão da mulher grávida para o feto, mas a infecção por dengue pode levar a mãe a abortar ou ter um parto prematuro, além da gestante estar mais exposta para desenvolver o quadro grave da doença, que pode levar à morte.
 
Quais são os sintomas? Os primeiros sintomas aparecem de quatro a 10 dias depois da picada do mosquito infectado. A doença começa bruscamente e se assemelha a uma gripe mais grave, caracterizada por febre elevada, fortes dores de cabeça e nos olhos, além de dores musculares e nas articulações, em alguns casos também apresenta manchas vermelhas na pele. Durante a evolução da doença, destacam-se três fases: febril, crítica e de recuperação. Na fase crítica da dengue (entre o terceiro e o sexto dia após o início dos sintomas), podem surgir manifestações clínicas (sinais de alarme) correspondentes a uma complicação da doença potencialmente letal chamada dengue grave (conhecida anteriormente como dengue hemorrágica), que pode levar ao choque hemorrágico, que é quando se perde cerca de 1 litro de sangue, fazendo com que o coração perca capacidade de bombear o sangue necessário para todo o corpo, causando problemas graves em vários órgãos e colocando a vida da pessoa em risco. Os sinais clínicos de alarme da dengue grave são: dor abdominal intensa e contínua; vômitos persistentes; tonturas, decaimento, desmaios; aumento de tamanho do fígado; sangramento na gengiva e no nariz ou hemorragias importantes como vômitos com sangue ou fezes com sangue de cor escura; sonolência ou irritabilidade; diminuição do volume urinado; diminuição repentina da temperatura do corpo e desconforto respiratório. Apesar de que a infecção por dengue pode ser assintomática (sem sintomas). Lembrando que a dengue pode ter diferentes sintomas clínicos e de prognóstico imprevisível.
 
Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis, porém em populações vulneráveis, como crianças e idosos com mais de 65 anos, o vírus da dengue pode interagir com doenças pré-existentes como diabetes e hipertensão, mesmo em tratamento, pode agravar e gerar maiores complicações que podem levar à morte.
 
Como prevenir? Para isso é de suma importância lembrar que o mosquito mosquito Aedes aegypti, precisa de água parada para se proliferar. O período do ano com maior transmissão são os meses mais chuvosos.
 
Com as chuvas cada vez mais recorrentes, o risco de acumular água em estruturas e objetos potencializa a proliferação do mosquito. Por isso, é importante combatermos o mosquito, fazendo limpeza adequada e não deixando água parada em pneus, vasos de plantas, garrafas ou outros recipientes que servem de reprodução para o mosquito, afinal os ovos do mosquito podem sobreviver por um ano até encontrar as melhores condições para se desenvolver.
 
Aqui em Uberlândia, nossa terrinha amada... os números de contágios estão cada vez menores. A Vigilância em Saúde de Uberlândia, concluiu que o número de casos confirmados das três patologias transmitidas pelo Aedes segue muito abaixo do ritmo apresentado no ano passado. Lá em janeiro de 2019 até a primeira semana de outubro, “Ubercity” registrou 30.700 casos de dengue. No ano passado, foram registrados 1.814 novos casos. Por fim, agora nesse finalzinho de 2021, o número de casos confirmados de dengue é ainda menor, uma vez que até o dia 9 de outubro, foram registrados 570 casos.
 
O resultado disso é o bom senso dos uberlandenses e uberlandinos que mantêm limpos os seus quintais, terrenos etc... A dengue não é uma doença qualquer, por isso na coluna de hoje fiz questão de parabenizar e pedir que mantenham a prevenção em alta, pois quanto mais alta, menos o número de contágios.
 
Até a próxima!
 

*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
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