Amigos e leitores, essa última semana foi totalmente diferente que deveria ser, horrível. Estávamos na disputa do Caldas CUP, torneio muito bem organizado na cidade de Caldas Novas, a criançada jogando, o estádio dividido em quatro campos de FUT7, fomos pego de surpresa, mais um ato de injúria racial.
O nosso atleta Luiz Eduardo Bertoldo, de 11 anos, reconhece o autor das ofensas, o choro de soluçar era implacável, a dor era eminente, após repercussão internacional medidas foram tomadas. No final de semana seguinte, Gerson, do Flamengo, foi também vítima da mesma forma. O técnico Mano Menezes foi complacente, os negros mais uma vez agredidos.
Já falei várias vezes sobre racismo na coluna, mas agora experimentei na pele. Estou particularmente exausto, chateado e perplexo. Ver um atleta chorar e não ter poder nenhum de alterar aquele choro é frustrante. Sempre disse que o que combate os problemas das minorias são políticas públicas, mas essa semana, conforme citamos, foi o Luiz, Gerson, Yoni Gonzales dentro do Beira Rio, no ano passado, Michel Bastos, no São Paulo, Aranha, no Santos, Arouca pelo Santos, Paulão pelo Internacional, e diversos casos no Brasil que são silenciados e não são expostos.
Denunciar o racismo é trabalhoso, os mesmos pós os atos têm o mesmo enredo, enredo onde querem fazer a vítima ser desqualificada. Eu vi de perto uma criança chorar, e vi uma criança na delegacia quase nove da noite, sendo escutada para realização de um boletim. Exceto a boa educação da polícia, o restante não teve nada agregador para o mesmo.
Quero agradecer todas as mensagens de apoio, principalmente ao Luiz, que é o grande personagem que precisará de ajuda nesse momento. Além dos tênis, camisas e avaliações, Luiz precisará de um psicólogo, de rotina pra experimentar a verdade. Ele é um ser humano, independente da sua cor de pele. É semelhante um luto o que estamos vivendo.
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