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07/11/2020 às 08h00min - Atualizada em 07/11/2020 às 08h00min

Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) O que é? Como é diagnosticado? Tem tratamento?

TÚLIO MENDHES

Sim, mais uma vez quero falar com você sobre saúde mental. Hoje, a diagnose é o Transtorno de Ansiedade Generalizada. Bom, esse tipo de transtorno acontece quando a pessoa sente um nervosismo e preocupação fora do comum, literalmente excessivos em relação a diversas atividades ou acontecimentos. A pessoa fica ansiosa e preocupada com diversos problemas, atividades e situações, e não apenas com um tipo. Para que esse transtorno seja diagnosticado, vários outros sintomas como, por exemplo, a tendência de se cansar facilmente, dificuldade de concentração e tensão muscular, precisam acompanhar a ansiedade.

Assim, o tratamento envolve uma combinação de farmacoterapia e psicoterapia. Por ano, aproximadamente 3% dos adultos sofrem com esse transtorno. Sendo que as mulheres têm o dobro de probabilidade de conviver com ele. Na maioria das pessoas, esse transtorno é oscilante e, ocasionalmente, agrava-se, sobretudo, em períodos de estresse persistindo ao longo de vários anos.

Os sintomas são preocupação constante, angústia, que a pessoa dificilmente consiga controlar. A intensidade, a frequência e a duração das preocupações são maiores que o esperado para aquela situação. As preocupações podem ser de origem as responsabilidades profissionais e familiares, dinheiro, saúde, segurança, reparos do carro e outros afazeres.

O diagnóstico é realizado através de uma avaliação médica baseada em critérios específicos. Para que um médico diagnostique o transtorno, a pessoa precisa apresentar três ou mais sintomas como agitação ou sensação de tensão, nervosismo, tendência a cansar-se facilmente, dificuldade de concentração, irritabilidade, tensão muscular e distúrbio do sono. Antes de concluir o diagnóstico, o médico realiza um exame físico. Podendo também solicitar exames de sangue e outros para ter certeza de que os sintomas não são causados por uma doença física, uso de um medicamento ou algum tipo de droga.

Mas como a maioria das doenças, esse transtorno tem tratamento. Basicamente é feita uma combinação de psicoterapia e farmacoterapia A psicoterapia pode abordar as causas que desencadeiam a ansiedade e fornecer meios de superação. Por outro lado, alguns antidepressivos, particularmente os inibidores de recaptação de serotonina seletivos, são eficazes no tratamento. Geralmente demora algumas semanas antes de esses antidepressivos começarem a melhorar a ansiedade e, por isso, a pessoa recebe, de início, um benzodiazepínico juntamente com o antidepressivo. Os benzodiazepínicos são medicamentos ansiolíticos que melhoram a ansiedade rapidamente, em geral de forma imediata. Contudo, o uso prolongado de benzodiazepínicos pode causar dependência, por isso devem ser administrados apenas por tempo limitado. Assim que o antidepressivo e a psicoterapia começarem a fazer efeito, é possível que a dose do benzodiazepínico comece a ser gradativamente reduzida e, depois, suspensa. Os benzodiazepínicos não devem ser interrompidos abruptamente.

É comum a adoção de produtos fitoterápicos, como a Valeriana, podendoter efeitos ansiolíticos, embora sua eficácia e segurança no tratamento exijam estudos mais completos. A terapia cognitivo-comportamental já demonstrou sua eficácia no tratamento desse tipo de transtorno. Ao ser tratada com esse tipo de terapia, a pessoa aprende a reconhecer em que aspecto seus pensamentos estão distorcidos, aprende ainda a controlar os pensamentos distorcidos, modificar seu comportamento adequadamente.

Por fim, a realização de terapia de relaxamento, ioga, meditação, exercício e técnicas de biofeedback também podem ser úteis. A adoção desse tipo de terapia é abordada especificamente pela medicina complementar e alternativa, ou seja, o tratamento de interação mente-corpo. Ah, não faça uso de nenhum tipo de medicação ou terapia sem a prescrição e orientação médica. Por hoje é isso, até a próxima!

*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.


 

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