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11/10/2020 às 09h00min - Atualizada em 11/10/2020 às 09h00min

Cannabis benéfica para tratamento do novo coronavírus

TÚLIO MENDHES

A Covid-19 não mostra sinais de desaceleração, e as vacinas ainda estão distantes alguns meses, talvez até um ano. A pressa em experimentar medicamentos já existentes no mercado levou a compras apressadas por parte de alguns governos idealizando tentativas de reduzir o impacto de um vírus quase desconhecido, além de ser traiçoeiro.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), febre, tosse, dor de cabeça, diarreia e dificuldades respiratórias são os principais sintomas causados pela contaminação do coronavírus. A Covid-19 afeta o sistema respiratório ao descer pelo trato respiratório, que inclui boca, nariz, garganta e pulmões. No entanto, como as vias aéreas inferiores têm mais receptores do que o resto do trato respiratório, a Covid-19 tem maior probabilidade de obter êxito do que outros vírus, como o da famosa “gripezinha”.

Para aqueles que infelizmente não têm tanta “sorte”, a infecção se torna muito grave. Cerca de cinco a oito dias após o início dos sintomas, algumas pessoas sentem falta de ar, o que pode evoluir para a síndrome da angústia respiratória aguda (SDRA) alguns dias depois.

Nos últimos anos, estudos científicos têm comprovado os inúmeros benefícios que o uso da maconha medicinal provoca no tratamento de doenças que, muitas vezes, medicamentos convencionais não são capazes de auxiliar. A Covid-19, doença gerada pelo novo coronavírus, é uma delas. Sem um tratamento comprovado e eficaz para a doença, o canabidiol (CBD), principal substância extraída da cannabis, pode ajudar a conter grande parte dos sintomas.

O uso da cannabis medicinal pode, também, ser eficaz na redução dos problemas respiratórios, como a falta de ar e comprometimento dos pulmões de quem é contaminado pelo vírus. Aliás, esse é o sintoma que mantém os profissionais da saúde em estado de alerta, visto que é a principal causa das mortes entre os pacientes infectados.

O tratamento com a cannabis pode se tornar um elemento-chave. Afinal, a substância pode reduzir a gravidade da dor de cabeça em até 47,3%. Além disso, o uso da substância pode reduzir problemas intestinais causados pelo vírus, como diarreia, aliviando também as dores decorrentes da mesma. No caso das dores de cabeça, os canabinoides têm papel importante no alívio das dores e enxaquecas.

Outro componente é o THC que também pode ser eficaz – quando administrado no momento certo – para aliviar os efeitos da síndrome da angústia respiratória aguda (SDRA). Os pesquisadores descobriram que todos os ratos que não receberam tratamento após a administração da toxina, morreram. Em comparação, todos os camundongos que foram tratados com a preparação de THC se recuperaram de ARDS.

A SDRA é uma doença causada por uma forte resposta imunológica associada ao coronavírus. Uma proporção significativa de pacientes com Covid-19 desenvolve SDRA, muitas vezes levando a problemas graves de saúde. Para o tratamento, o canabidiol pode melhorar o funcionamento dos pulmões. A inalação da cannabis ajuda a melhorar a capacidade pulmonar do usuário. Dessa forma, ao ser contaminado pelo vírus, o paciente terá seu pulmão mais fortalecido por conta do uso da cannabis sativa.

Evidências indicam provisoriamente que o CBD e o THC podem ser benéficos no tratamento de pacientes cuja resposta inflamatória do corpo se tornou patogênica. Há muito tempo, os benefícios do uso medicinal da cannabis são estudados e expostos, porém, é importante que novas descobertas venham à tona para que, cada vez mais, estes benefícios sejam compreendidos e utilizados no tratamento de doenças até então desconhecidas e sem precedentes, como a Covid-19.

Concluindo, essa pandemia da Covid-19 provavelmente continuará ainda por muitos meses, e este pode não ser o último novo coronavírus que enfrentaremos em nossa vida. Portanto, é responsabilidade de todos os governos tornar o estudo do potencial da medicina alternativa, como a cannabis, muito mais fácil para instituições de pesquisa e laboratórios privados.

*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.


 

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