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01/08/2020 às 17h06min - Atualizada em 01/08/2020 às 17h06min

Fumantes são mais propensos em contrair o coronavírus!

TÚLIO MENDHES
Todo mundo sabe que o tabagismo motiva o risco de complicações de dezenas de doenças. Lesa as vias aéreas e consequentemente os pulmões, propiciando uma sequência de disfunções respiratórias relevantes, por exemplo, bronquite e enfisema pulmonar. Além de doenças cardiovasculares, como infarto do miocárdio, insuficiência vascular periférica, derrame cerebral e diversos tipos de câncer.

Eu já trouxe esse tema, mas hoje, lamentavelmente, escrevo o resultado da previsão realizada no início da pandemia. Fumantes são mais propensos em contrair o coronavírus.

Uma universidade de ciência e tecnologia em Wuhan, na China, explanou uma pesquisa afirmando que as pessoas que fumam têm mais chances de desenvolver quadros graves do vírus do que os pacientes que não fumam. A Organização Mundial da Saúde também documentou que os fumantes têm um risco de duas a quatro vezes em serem acometidos com maior frequência a infecções, por exemplo, pneumonias, traqueobronquites, sinusite, a “famosa” tuberculose. Além de uma grave doença pulmonar pneumocócica invasiva. O tabaco inflama as mucosas das vias aéreas prejudicando os mecanismos de defesa do organismo, tanto os sistêmicos, quanto os locais. Podemos concluir que a relação entre o tabagismo e o coronavirus não é das melhores, uma vez que juntos causam diferentes tipos de inflamação prejudicando os mecanismos de defesa do organismo.

Portanto, o INCA alerta que devido a um possível comprometimento da capacidade pulmonar, o fumante possui mais chances de desenvolver sintomas graves da Covid-19. Além disso, vale destacar que o contágio se dá pelo contato com gotículas respiratórias de doentes e que, por isso, é tão importante higienizar as mãos com frequência. Um risco associado ao tabagismo é que o hábito de fumar requer levar as mãos frequentemente aos lábios, aumentando a chance de infecção. Um vírus novo numa pessoa fumante é um estrago tremendo, a pessoa não tem resistência nenhuma.

Na última década, houve redução de 40% no número de fumantes no Brasil e há mudança no perfil dos tabagistas ao longo dos anos, mas o problema ainda preocupa as autoridades de saúde. O fumante ativo sofre com a agressão direta da fumaça e do calor gerado pelo cigarro, o que leva a um processo inflamatório crônico, o que facilita a penetração do vírus. O ex-fumante, dependendo do tempo que parou, ainda pode ter esse processo inflamatório, ou mesmo, já ter uma doença pulmonar relacionada ao fumo. Vale lembrar que se o hábito for de fumar através de “narguilé”, a carga de tabaco é superior ao cigarro comum. Cabe ressaltar ainda que os fumantes costumam tossir nas mangueiras do narguilé e a umidade da fumaça do tabaco promove a sobrevivência de microrganismos dentro dela. O uso de água fria na base ou jarro pode facilitar a sobrevivência de vírus e bactérias. Além disso, a disseminação de doenças infecciosas também pode resultar da preparação manual do narguilé, sobre a qual não se tem controle. Sem contar o fato do compartilhamento da piteira, contribuindo para a transmissão da Covid-19. Cientes disso, alguns países como Arábia Saudita, Kuwait, Irã, Paquistão e Catar, proibiram o uso do narguilé em locais públicos, como cafés, bares ou restaurantes, para prevenir a transmissão do coronavírus.

O fumante brasileiro, de modo geral, é bem orientado e tem vontade de parar de fumar, mas, geralmente, ele “nunca” está no “momento” ideal para dar esse primeiro passo de uma longa caminhada para superar o vício. É fato que o trajeto a ser percorrido não é nada fácil e pode ocorrer recaídas, mas parar não é impossível e devolve à pessoa a liberdade perdida. O fumante tem uma série de limitações e todo mundo quer ser livre. Então, parar de fumar é reconquistar a liberdade. Assim sendo, à luz dessa pandemia sem precedentes, os fumantes devem tentar deixar esse vício para aumentar a sua qualidade e a expectativa de vida. Buscar apoio é fundamental, mesmo que virtualmente seja de parentes ou amigos. Ah, também é possível ter apoio emocional em plataformas virtuais e gratuitas com especialistas como psicólogos, cardiologistas, nutricionistas, psiquiatras cuja eficácia é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde. Em tempos de isolamento e distanciamento físico, pode ser um pouquinho mais complicado conseguir esse apoio, mas o computador e o celular estão aí para isso. Aproveitando a deixa, estou à disposição para ajudá-lo.




Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.



 
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