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06/06/2020 às 13h11min - Atualizada em 06/06/2020 às 13h11min

Coronavírus e a doação de órgãos no Brasil

TÚLIO MENDHES
Bom, mais uma vez falo sobre a luta do mundo contra a pandemia da Covid-19 ou coronavírus (Sars-CoV-2), que é transmitido de uma pessoa doente para outra ou por contato próximo, toque/aperto de mão, gotículas de saliva, espirro, tosse etc. Essa doença tem um alto índice de morte, no mundo já morreram mais de 380 mil pessoas e no Brasil cerca de 32 mil. Deve-se procurar um serviço de saúde apenas se apresentar falta de ar. Com esse tanto de óbito, é hora de discutirmos sobre a doação de órgãos.

O Brasil é uma das referências mundiais quando o assunto é doação de órgãos. Em números absolutos, o Brasil é o 2º maior transplantador do mundo, atrás apenas dos EUA. Atualmente, cerca de 96% dos procedimentos de todo o País são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por esse motivo, possuímos o maior sistema público de transplantes do mundo. Os pacientes recebem assistência integral e gratuita, incluindo exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento e medicamentos pós-transplante. Sabemos que muitas vezes, o transplante de órgãos pode ser a única esperança de vida ou a oportunidade de um recomeço para pessoas que precisam de doação. O fato é que a doação de órgãos é um ato nobre que pode salvar vidas. Assim, é mais que preciso que a população se conscientize da importância do ato de doar, afinal, esse gesto salva vidas.

A Anvisa e o Ministério da Saúde (MS) produziram uma nota técnica conjunta abordando critérios para triagem clínica do novo coronavírus (Sars-CoV-2) em candidatos à doação de órgãos e tecidos e para manuseio dos pacientes em lista de espera e dos transplantados.

O objetivo é simplesmente proteger nossos heróis da saúde e os pacientes da contaminação pelo novo coronavírus, garantindo segurança e qualidade na realização tanto da busca e captação de órgãos quanto dos transplantes. Para isso, a nota traz, detalhou, as definições de caso suspeito, provável e confirmado da doença orientando a avaliando os candidatos à doação, por exemplo, como lidar com doadores, pacientes e profissionais de saúde que tiveram algum tipo de contato com casos suspeitos ou confirmados da doença, mas que não apresentam sinais e sintomas? Pois bem, a avaliação do grau de exposição do contato deve ser individualizada, considerando o ambiente e o tempo de exposição.

A nota traz recomendações para a busca ativa de doadores de órgãos e tecidos, quando é declarada a morte encefálica de uma pessoa e a família é procurada por um profissional para falar sobre a doação. Nesse caso, a orientação é que sejam evitadas buscas presenciais, mantendo-se atividades por telefone, e-mail, WhatsApp e outras formas de comunicação. Entre as orientações também está o uso adequado de equipamentos de proteção individual (EPIs) no momento da avaliação dos doadores, além de outras recomendações.

De acordo com a nota, as atividades de busca ativa e captação de tecidos em doador falecido por parada cardiorrespiratória deve ser suspendida, assim como de doadores vivos, mantendo-se apenas a captação de tecidos oculares e pele de doadores falecidos em morte cerebral, sendo que os transplantes de córnea e de tecidos musculoesqueléticos deverão ser realizados somente em situações de urgência. São consideradas contraindicações absolutas para a doação de órgãos e tecidos (oculares e pele) de doador falecido: doador que apresente doença ativa causada pelo novo coronavírus; doador com teste para Sars-CoV-2 positivo; doador com síndrome respiratória aguda grave (SARS) sem etiologia definida e teste laboratorial não disponível. Algumas outras condições são classificadas como contraindicações relativas e devem ser avaliadas caso a caso.  As orientações para pacientes transplantados incluem o monitoramento de reações adversas (efeitos inesperados e indesejados após a cirurgia), incluindo os sinais e sintomas de infecção pelo novo coronavírus. Além de evitar consultas em consultórios e dar preferência para formas de contato virtuais, como as teleconsultas.



Esta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.


 
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